quarta-feira, 30 de março de 2011

Estudo psicosocial do BBB

Pelo segundo ano consecutivo, um personagem polêmico venceu o Big Brother Brasil. Ano passado foi Marcelo Dourado, um refugo de edições anteriores do programa famoso por sua truculência, por seu jeito brucutu e por suas polêmicas justamente com homossexuais. Coincidência ou não, assumido ou não, os boatos de que Marcelo Dourado era homofóbico sempre o perseguiram.
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Esse ano foi a vez de Maria vencer o reality show. A personagem, famosa por suas pérolas ( apelidadas de " mariadas " ) e por ser a primeira a beijar e envolver-se de maneira mais séria com dois homens diferentes dentro da casa, podia ser a mais simpática, a mais bonita, a mais, erm, corpuda, podia ser " a mais " em muitos quesitos, mas não era a mais inteligente nem a mais correta do programa.
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Para esse que vos fala, a imagem que fica de Maria é a de um furacão sexual imparável, que cogitou transar com Mauricio no começo do programa, ao ver o par romântico sair da casa se entregou a outro homem ( que valerá uma análise mais aprofundada mais pra frente nesse texto ) e, ao ver Mauricio voltar, esqueceu-se de Wesley e fez o possível e o impossível pra voltar com Maumau. Ve-la deitando sobre Mauricio insinuando movimentos sensuais e palavras picantes ao pé do ouvido eram cenas comuns, e até mesmo um striptease foi feito para ela conseguir seu primeiro amor no BBB de volta, ignorando totalmente Wesley.
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A análise desse blog, que levará em conta alguns participantes do programa, começa já na primeira semana. A polêmica Ariadna, uma menina cheia de energia para os " brothers ", era, na verdade, um transsexual. Ela só anunciou-se como tal ao ser eliminada, para a surpresa de todos na casa. Os participantes não sabiam, mas o público sabia, e tanto sabia que inundou as mais diversas redes sociais com piadinhas sobre Ariadna. Ao ve-la no paredão, o público não hesitou em tira-la. Intolerância para com pessoas de opções sexuais distintas das bem aceitas pela sociedade ? Parece-me que sim. Os paladinos dos bons costumes, ou, no popular, os falsos moralistas, entraram em ação pela primeira vez no programa.
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Após a entrada de dois novos participantes no programa, Wesley e Adriana, configuraram-se novos casais. Já sem Mauricio, Maria ficou com Wesley, e Adriana se relacionou com Rodrigão. Esses dois casais mexeram com toda a história do programa, até o final da edição. Adriana, miss de Campos dos Goytacazes, além de ser par de Rodrigão, " aliou-se " também a Diogo e Mauricio, que fizeram um trio intolerante a tudo que não era semelhante a eles e tudo que eles julgavam ser errado. Nesse espectro, foram várias brigar por motivos tolos ( coincidência ou não, sempre com mulheres ) e vários comentários sexistas e machistas. Diogo era o maior expoente desse jeito ridículo de se lidar com as mulheres, gritando e bradando contra o sexo oposto. Ao falar que " mulher que dá no primeiro encontro é puta (sic) ", ele arrumou briga com Diana dentro da casa e com todos que tem o mínimo de discernimento fora dela. Seguindo essa linha, porquê Adriana, que envolveu-se com Rodrigão, saiu antes dos três pitboys ? Aliás, porque os pitboys conseguiram colocação tão boas mesmo sendo tão polêmicas, como o quinto lugar de Rodrigão e o oitavo de Mauricio ? A sociedade conservadora e ignóbil brasileira, novamente, dá a resposta por si só.
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Outro caso interessante é o que envolvia a dupla Daniel e Lucival, logo apelidada de DaLu. Homossexuais assumidos, eles não se aproximaram para estarrecer o país e trocar longos beijos picantes, mas sim por afinidade. Ambos nordestinos, ambos tagarelas, ambos de origem mais humilde. Lucival, jornalista, era certamente o brother mais inteligente da edição. Daniel, se não tinha o intelecto de seu amigo, tinha o dom de alegrar a todos na casa, algo para poucos sabendo da heterogeneidade que domina o BBB já a alguns anos. Famosos por fofocarem e tecer comentários venenosos, a dupla foi desfeita na quinta semana, com a eliminação de Lucival. A dupla produzia duas opiniões diferentes na audiência: engraçados, porém fofoqueiros. Tal característica era comum aos dois. Por que, então, Lucival foi eliminado tão cedo e Daniel chegou à final ? Lucival era o único fofoqueiro ? Daniel era o único engraçado ? Ou o fato de um ser negro e o outro branco que cuidada de um asilo pesou na decisão ?
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Finalizando, campeã e vice. O caso de Wesley e Maria é intrínseco a toda essa edição do BBB e marcante para a história do programa como um todo. Qualquer participante que entra após o início do reality show já começa sua caminhada um tanto quanto pra trás, correndo sério risco de ir pro paredão sempre. Não foi diferente com Wesley. Ao todo, o médico mineiro foi pro crivo popular sete vezes na edição. A história do doutor, aliás, é duma sapiência que poucos tiveram na história dos BBB's. Entrou, apaixonou-se de cara por Maria, envolveu-se com ela, a viu ficar estranha consigo e desejar loucamente Mauricio, e, quando ela enfim se irritou com Maumau ( semanas e semanas depois, quase no fim do programa e praticamente junto com a saída do carioca ), ela caiu nos braços do médico. Ele, sempre calmo e sábio, esperou sua hora e passou por todos os paredões sem reclamar, tendo ciência de sua desvantagem natural de ter entrado depois. Merecia sorte melhor.
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E Maria ? Na base da trairagem, da biscatez, da safadeza e da luxúria, ela foi campeã. A vencedora do atual BBB é uma figura que disse que um século tem dez anos, o torneiro mecânico é quem monta no touro mecânico e deu uma série de outras vaciladas incríveis. Maria é também Meg Melillo, conhecida da internet por fazer fotos nuas e vídeos sensuais. Ora, onde estaria o conservadorismo da sociedade ? Esqueceu-se dela após entrar num site pornô qualquer e ver suas vergonhas ?
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Entende-se de tudo isso que a audiência do BBB, um bom reflexo da sociedade brasileira, é duma dubiedade incrível. Mas, para a imensa maioria, falta inteligência e bom-senso.

terça-feira, 29 de março de 2011

A morte do guerreiro

Não há outra palavra pra designar José Alencar. Não falo duma história piegas, mesmo sendo bonita, do homem de classe média-baixa que foi galgando o sucesso e venceu na vida como poucos. Falo dum estilo batalhador que luta por algo que dá a vida, e faz da vida algo com nuances mais fortes e belas: sua saúde, sua superação, sua forma de lidar com tudo isso.
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Lutar contra qualquer coisa durante treze anos é algo difícil. Lutar contra um câncer nesse tempo é algo impensável pra maioria. Quanto mais, então, fazer dezessete cirurgias, uma a cada nove meses, contra essa doença demoníaca e implacável. Ele resistiu. Descobriu o tumor, o viu aumentar, viu um novo tumor nascer em 2006, fez uma cirurgia de incríveis catorze horas nas quais a nação toda estremeceu, torcendo pelas três equipes médicas que se revezaram pra conter o câncer e... ele resistiu. Com, então, nove anos na luta, ele passava pelo momento no qual a nação já preparava-se pro pior.
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Especulava-se também se ele aguentaria quatro anos do primeiro mandato de Lula. Aguentou. Um segundo é inviável, diziam. Ele mostrou que todos que dele falaram não sabiam da guerra do bem que ele travava contra seu próprio corpo. Na transição entre os governos Lula e Dilma, ficou no hospital à contragosto. Por ele, iria. Os médicos e sua mulher proibiram. Seria um sinal ruim se ele não despachasse da UTI hospitalar, mostrando uma vontade de trabalhar e um exemplo invejável para uma corja de políticos tão escrota quanto a desse país.
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Hoje ele se foi. Sabíamos que uma hora ela viria, e essa hora, mesmo sendo sempre tão bem prolongada por um corpo ávido por vida, chegaria rapidamente. Mesmo diante dum quadro clínico e dum histórico de saúde tão complicado, sua morte pegou a todos de surpresa. Imagina o que é falar para uma família que o paciente será sedado pois não há nada o que fazer. O paciente, na linguagem tão fria dos médicos, significa um pai, um marido, um avô, que terá seus últimos momentos desacordado para não sofrer e por não ter mais o que fazer. A hora chegou.
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E a minha crença na imortalidade, fica aonde ? Junto com o maior imortal que conheci, ela se foi. Imortal por ser o maior guerreiro que acompanhei, um raçudo tranquilo e sorridente que escondia por trás de sua aparente alegria dores descomunais e uma crença inabalável na vida, ainda que delicada.
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Você mesmo dizia que o homem honrado não morre nunca, Zé. Você não morreu hoje, nem morrerá jamais. Obrigado por sua verdadeira lição de vida, de luta, de garra, de superação, da guerra que todos devemos travar contra nossos próprios limites.
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" O homem deve viver preparado para morrer a qualquer instante, e deve proceder como se não fosse morrer nunca. "
José Alencar

segunda-feira, 28 de março de 2011

História e eternidade

Tabus incomodam, da espécie que for. Não fazer um gol aos 34 do segundo tempo cravados há quatro rodadas na vigésima quinta jornada do campeonato incomodam qualquer torcedor. Imagine ficar onze jogos sem vencer o maior rival. Isso deprime qualquer amante de qualquer clube. E isso vinha atormentando os são-paulinos, que sempre pipocavam pro Corinthians.
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Antes do jogo ninguém queria saber quem entraria em campo, se tinha recorde pra ser alcançado, jogador que poderia virar herói, estádio ou qualquer outra coisa. Os tricolores queriam apenas ganhar. Ganhar daqueles alvinegros que eram sempre o encalço do time que vencia tudo e todos, menos aqueles todos loucos, bando de loucos. O jogo era fraco, o estádio não era o que sempre viu nossas glórias, mas aquele estádio suburbano teria que ver uma outra glória, naquele dia que tinha que ser de glória, não importa como fosse. Glória essa que parecia que não viria até o fim do primeiro tempo. Dagoberto, em sua melhor fase, fez um a zero, na frente da torcida do Corinthians. Calando aqueles maloqueiros e sofredores que, por um instante, não queriam mais se-los.
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A torcida explodiu. O jogo parecia mais seguro, mas clássicos tem sempre suas condições e cláusulas impostas pelo futebol, ainda mais quando existe um tabu para ser vencido, mesmo que tabus existam pra serem quebrados. O jogo encaminahva-se pruma vitória ( pasmem ) tranquila. Ilsinho deitava e rolava, dava dribles e fintas desconcertantes em seus marcadores. O time não jogava bem, mas tinha lampejos de bom futebol que enchiam de graça aquele subúrbio tão sem graça.
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Uma história começava a ser escrita. A história começava a mudar. A história ganharia ares de eternidade em instantes.
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Falta pro São Paulo. A torcida ouriça-se pois sabe que tem um ídolo especialista em bolas paradas. Os mais pessimistas diziam que a bola estava na esquerda demais, que Rogério nem deveria ir pra bola cobrar a falta pois poderia dar o contra-ataque num jogo fácil pro Corinthians. Ele não pensou no pior. Ele pode não pensar no pior. Ele é Rogério Ceni, isso basta. Pra ele, a bola de fato estava na esquerda demais. Quem ligava ? Os deuses do futebol queriam que Rogério Ceni entrasse pra eternidade. Os deuses do futebol queriam ver Rogério como eles.
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Aquele segundo da bola em suspensão, num movimento balístico que faz inveja a qualquer canhão inglês da primeira guerra, prendeu a respiração de todo o estádio, de todo o subúrbio, de todo o país, de todo mundo que se importa com o futebol de alguma forma. Aquele segundo e pouco, dois segundos que seja, duraram horas de agonia pra quem via o lance. A parábola da bola, perfeita, que atingiu o cume na hora certa e caiu em hora perfeita, ultrapassando o limite de qualquer equação cinemática, entrou pra história por cair no lugar que tinha que cair - dentro do gol - e tocar aonde tinha que tocar - na rede.
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Foi um momento sublime. Camisa aos céus, torcida em êxtase, elenco de ases. Pouco importava o resultado, o jogo ou o cartão amarelo que Rogério tomou do juiz. O goleiro artilheiro era agora o único goleiro artilheiro com cem gols na conta. Esse não foi o último, mas a marca alcançada é um feito. Pouco importava depois daquele instante mágico. A expulsão de Alessandro foi a cereja do bolo, e a festa foi momentaneamente interrompida com o gol de Dentinho e a expulsão de Dagoberto. Porém, o mesmo Dentinho que colocou os loucos no jogo o tirou após também ser expulso. Dali até o fim foi só festa, com direito ao antes e ainda mais agora eterno Rogério Ceni salvando um gol com o pé em cima da linha no último minuto.
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O apito final marcava o fim dum jogo histórico para a torcida são-paulina, o começo duma nova história nos clássicos pro São Paulo e a eternidade almejada e agora alcançada por Rogério Ceni. O apito final ressoou naquele estádio sem graça, mas essa partida jamais acabará para quem a viveu.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O bloco da música de qualidade

Uma banda ou alguma instituição que faça música e, como pontapé inicial de seu projeto para apresentar-se público, usa hits consagrados. Essa fórmula já é muito conhecida por todos, mas o Monobloco reinventou-a.
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Não bastou para os integrantes do bloco carnavalesco fundado em 2000 escolher as melhores canções, eles escolheram também os melhores artistas e souberam repaginar brilhantemente cada uma das faixas.
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Mesmo sendo um bloco carnavalesco, eles não usam apenas o samba como gênero. No CD é muito presente também a influência do funk, do xaxado e do coco, aparecendo também a ciranda e o cham. Toda essa mistura, bem brasileira, resultou em faixas de rara inspiração e felicidade, que empolgam, enchem de alegria e fazem qualquer um querer fazer parte de toda a percussão do grupo ou estar lá apenas para cantar as músicas.
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Sambas como Aquarela Brasileira, É Hoje, Coisinha do Pai e Vou Festejar ganham andamentos novos, em alguns casos com batidas novas, indo muitas vezes para batidas semelhantes aos do funk. Imunização Racional, Endereço dos Bailes, Igualdade, Rap das Armas e Felicidade ficam ligeiramente mais rápidas, ganhando contornos de outros gêneros mais soul. Taj Mahal, Fio Maravilha e País Tropical ganharam uma versão autenticamente do funk carioca, numa miscigenação rítmica espetacular e com direito a paradinhas da bateria nos refrões que são capazes de fazer mortos ressuscitarem.
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Rap do Real, Tropicana, Do Leme ao Pontal, Descobridor dos Sete Mares, Os Orixás e Anunciação, com percussão discreta na versão original, ficam com uma pegada um tanto quanto zouk e dançante graças ao som do couro batido, ficando muito apetecível para os ouvidos. Suíte dos Pescadores e Eu Quero é Botar Meu Bloco Na Rua mantiveram o clima sério de suas versões, mas ganharam um certo ar soul graças ao coral do público e do Monobloco, similar a uma romaria de fieis. Emocionante.
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No meio da chatice e letargia na qual se encontra a música brasileira hoje, esse CD, mesmo produzido em 2005, foi um verdadeiro achado numa tarde de sexta. Que iso inspire os bons nomes musicais ainda na ativa a reconstruir o que já foi chamado de música.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Nos embalos da Makossa

Não sei se fui o único a achar a cervejada da Metô meio fraca. Fico triste em falar isso pois a organização foi de primeira e tudo relacionado aos Metolocos foi muitíssimo bem executado, mas o espaço do Intervalo não é bacana, o grupo de pagode não é dos melhores e praticamente não tinham bixos da faculdade, sendo que a festa era pra recepciona-los. Tudo isso fica em segundo plano perto do verdadeiro show protagonizado pela Makossa.
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Aos não-Metolocos: ( meus lamentos, antes de tudo ) Makossa é a bateria da FCA da Metodista, da Atlética de Comunicação. Connhecida por qualquer estudante de comunicação como uma das melhores, se não a melhor, batucada dos jogos universitários, com bons gritos de guerra e responsável por animal todos os Metolocos, igualmente vibrantes na torcida.
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Tive a felicidade de ficar ao lado dos surdões na apresentação, com visão e audição perfeitas da apresentação. Pra quem gosta de carnaval foi um prato cheio, e poucas vezes me senti tão empolgado como na oportunidade. Tanto que subi na parede que separa o salão do banheiro e berrava todas as músicas, num grau de empolgação absurdo.
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Nem cito aqui as músicas cantadas, algumas envolviam palavrões destinadas para outras faculdades ( sobretudo o Mackenzie ) e estaria cometendo alguma injustiça musical, pois gosto muito de todas. Mas o que ficará sempre na minha memória desse dia é a oportunidade de ver de perto o surdo de primeira e o de segunda se comunicando, o repiniquista desossando tudo, o tamborim quebrando o ritmo, o chocalho e a caixa numa harmonia perfeita. O balanço, a ginga, a vontade de saracutear o corpo todo não importando se se sabe sambar ou não, aquela emoção e balanço entrando pelo ouvindo e fazendo-se sentir por todas as estranhas.
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Tentarei uma vaguinha na bateria. Não que seja merecedor, que já saiba tocar ou algo do tipo. Conversando com ritmistas, eles falaram que muitos sairão esse ano e muitas vagas se abrirão também. É a minha chance de realizar outro grande sonho no local na qual realizei o maior deles.

domingo, 20 de março de 2011

Política de Aristóteles, a cidadania de hoje

Lendo o clássico livro Política, de Aristóteles, constatei o óbvio: a palavra-título da obra, com o tempo, teve seu significado alterado. Alterado pra pior, muito deturpado, praticamente estuprado. Considero que neste livro esteja o conceito original da palavra, o que a idealizou, o sentido grego. Hoje em dia ela mudou, e cheira mal. É um caminho sem volta.
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Pensando por outro lado, a mudança do significado etimológico pode não ser de todo ou tão ruim assim, e ser apenas reflexo das mudanças sofridas por toda a sociedade ocidental durante a história. Isso significaria que a mudança de toda a sociedade oriental foi ruim ? Em partes, sim. Em grandes partes, sim. Mas não cabe a nós julgar isso, não nesse instante, ao menos. Vamos ao livro em si.
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O que Aristóteles chama de política, hoje em dia, é sinônimo de cidadania. Tratados sobre constituição, educação, moral, ética e democracia tornaram-se pauta para discussões sobre o papel do homem na sociedade. O que faz o elo contextual com a época aristotélica é a frase que norteia todo o livro e já conhecida de muitos: " o homem é um ser político ".
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Na ideia original, política é qualquer relação de poder e hierárquica entre seres humanos. Para exemplificar, muitos dão o exemplo das reuniões de condomínio, que elegem síndicos, secretários e outros cargos. Infelizmente, porém, nem com tal exemplo é possível mais dimensionar o que Aristóteles dizia. Até essas " simples " eleições envolvem interesses, corrupção e favores. A política em estado puro é, hoje, um mamute: só conhecemos por livros, extinto e deixa saudade e curiosidade em todos.
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E sobre tudo que envolve o caderno de política dos jornas ? Deixe de bobagem. Isso é politicagem, não política. Partidos, coligações, chapas... tudo isso é o supra-sumo da irracionalidade e da falência das instituições que outrora eram chamadas de políticas. Enquanto não houver uma mudança grande no sistema político, continuaremos sendo governados por pessoas da estirpe que nos governam hoje. Mesmo que a politicagem não volte a ser política, ela pode voltar a ser algo minimamente bom para todos.
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O livro fala sobre estudos empíricos dos assuntos já falados no texto, sendo interessantíssimo de ler. Para comprendê-lo totalmente, porém, é necessário contextualizar com a Grécia Antiga, algo bem difícil. De qualquer forma, é um grande ensinamento, seja qual for a sua interpretação. A literatura, a política, a cidadania e os leitores agradecem.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ética, competência e bairrismo

Zapeando a TV, parei no Mesa Redonda, tradicional programa de debate futebolístico da ESPN Brasil. A emissora, de conteúdo sublime, profissionais gabaritado, aberta a todas as opiniões e ética acima de qualquer coisa discutia ( e, particularmente nesse caso, discutia-se mesmo, de maneira mais enérgica ) sobre a saída do técnico Muricy Ramalho do Fluminense.
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A bancada de comentaristas paulistas, representados por Juca Kfouri, Paulo Vinícius Coelho e do carioca que trabalha na sucursal do Sumaré, Mauro Cezar Pereira ( além do apresentador João Palomino, que é apresentador ) defendia o seu ponto de vista, com o qual concordo: Muricy saiu por discordâncias com a diretoria, que investia mais nas categorias de base e no CFA de Xerém que na equipe senior. Para exemplificar a situação, ele falou do gramado das Laranjeiras e das seguidas contusões de Fred e Emerson.
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Do outro lado, os cariocas Márcio Guedes e Fernando Calazans defendiam o ponto do clube carioca, que via uma certa traição de Muricy, forçando uma saída para assumir outro clube, sendo Santos, Corinthians e Internacional muito cogitados pela mídia. Aproveitando os resultados ruins da equipe ( eliminada vergonhosamente na Taça Guanabara pelo modesto Boavista e em situação delicadíssima na Libertadores da América ), um suposta clima ruim no clube após a saída do presidente Roberto Horcades, de alguns diretores que o defendiam, um suposto " clima ruim " no grupo e muita abertura para a imprensa de certos problemas, Muricy preferiu a saída mais fácil pra ele, deixando o clube à própria sorte.
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Como já comentei, concordo com os paulistas da ESPN. Sou são-paulino e sempre fui fã da eficiência que Muricy colocava em todos os setores de sua equipe, jogando um futebol físico e nada vistoso, mas muito vencedor. Além disso, ele é dos poucos homens ligados ao futebol que exalam credibilidade e confiança, seja contratual ou ética. Mas me coloquei a pensar como os cariocas e vi que eles não estavam de todo errados. O mais certo seria Muricy lutar até o fim e só sair do Fluzão após o final da campanha na Libertadores. Para um time brasileiro, e ainda mais para o campeão nacional, e´vergonhoso sair na fase de grupos da Libertadores. O Fluminense ficará com seu nome manchado, mas os resultados sempre excelentes de Muricy também terão uma queda de rendimento. Entretanto, a mancha de nenhum dos dois será perdida, muito longe disso.
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O técnico disse que, agora, pegará no mínimo 30 dias de férias e viajará para o litoral paulista com a família, algo já feito por ele e que é de seu feitio. Logo, é difícil imaginar Muricy em outro clube tão cedo. Ele cumprirá sua palavra, e mostrará que cumpriu com sua palavra, como sempre fez. A bancada paulista terá sua razão, eu também. Além disso, não dá pra brigar com seus superiores, sobretudo em assuntos tão administrativos quanto investimentos do clube.
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Os cariocas, então, estariam pensando apenas no que lhes convém ? Não, apesar do histórico dizer que sim. Não há como distinguir a comemoração dum torcedor fluminense ou da Rádio Tupi, por exemplo. Comentários de rádios e jornais impressos popularescos do estado são igualmente bairristas, bem como muitas vezes a Globo, emissora carioca de TV detentora há muito tempo dos direitos de transmissão do futebol nacional, favorece as equipes do RJ em suas decisões. A CBF e sua sede na Barra da Tijuca e seu presidente corrupto e com várias posses na cidade, Ricardo Teixeira, que por diversas vezes foram colocados em cheque, bem como a arbitragem nacional e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, acusados de serem sempre favoráveis aos times do Rio de Janeiro. Apesar desse " pequeno " histórico, os cariocas tem sim razão para sentirem-se traídos, pois estão numa situação ruim e esperavam mais dum técnico com fama de guerreiro, destemido e de esperança inabalável.
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Repito, continuo concordando com os paulistas. Mas, apenas pelo simpels fato de pensar por alguns instantes como os cariocas, e mais, contra Muricy Ramalho, já é algo digno de nota.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Grandes ligados

Na rodada dos estaduais do fim de semana, apenas um dos doze dos chamados grandes clubes brasileiros perdeu sua partida. Pelo Paulistão, os quatro gigantes venceram e, além disso, são os ponteiros do campeonato. O líder é o São Paulo, que sem fazer esforço algum fez 3x0 no Santo André, da zona de rebaixamento. Ao contrário do rival, o Corinthians suou muito ( pelo calor e pela dificuldade do jogo ) para fazer 3x2 no Mirassol num jogo emocionante no José Maria de Campos Maia. Na volta de Paulo Henrique Ganso, o Santos jogou em função do 10 e fez 2x1 em casa no Botafogo de Ribeirão Preto. O Chulé, com o resultado, entrou na zona de rebaixamento. O Palmeiras, completando o grupo dos grandes e jogando de maneira mais leve que a habitual, fez seguros 2x0 no São Bernardo.
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Pela Taça Rio, rodada de clássico. Clássico chatíssimo de ser visto, o Fla-Flu não poderia terminar com outro resultado que não o 0x0, com destaque para a segunda entrada criminosa seguida de Ronaldinho Gaúcho em adversários. O Botafogo não tomou conhecimento do Americano e fez 4x0 no Cano. Já o Vasco, com um hat-trick do meia Bernardo, fez 4x2 no Madureira, no Raulino de Oliveira.
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Pelo Gauchão, ao contrário do que ocorreu no resto do país, os grandes saíram-se mal. Campeão da Taça Piratini ( primeiro turno do campeonato ), o Grêmio perdeu em Porto Alegre para o Cruzeiro, por 2x0. Com o resultado, o Estrelado é líder do Grupo 2 da Taça Farroupilha. Já o Internacional foi até Caxias e ficou no 3x3 com o Caxias, no Centenário. Pelo Campeonato Mineiro, o Cruzeiro não tomou conhecimento do Democrata e aplicou sonoros 7x0 na Pantera. O Atlético ficou no 2x2 com o Ipatinga no Vale do Aço enquanto o América venceu o Guarani no Farião por 4x2.
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Pelo Paranaense, no clássico Paratiba, deu Coritiba: 4x2 no Paraná Clube, mesmo placar da partida entre Iraty x Atlético. Pelo Baianão, o Bahia fez 1x0 no Serrano, na capital. No Mário Pessoa, o Vitória venceu o Colo-Colo de Ilhéus por 3x1. Pelo Catarinense, Avaí e Criciúma ficaram no 2x2, enquanto o Joinville perdeu para o Marcílio Dias, 3x2 para o Cílio.
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Pelo Campeonato Pernambucano, os mandantes venceram os jogos que envolviam os grandes. Santa Cruz, Sport e Porto bateram Salgueiro, Araripina e Náutico por 2x0, 5x0 e 2x1, respectivamente. Pelo Goianão, o Atlético venceu o clássico contra o Goiás por 2x0 e é líder absoluto do campeonato. Já pelo Campeonato Cearense, o Ceará fez 2x1 no Guarany de Sobral. Com a vitória, o Vôzão lidera.
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Pela Champions League, alguns grandes foram eliminados na soitavas-de-final. O caso mais vergonhoso é o da Roma, que perdeu por 3x0 para o Shaktar Donetsk na Donbass Arena e tomou 6x2 no placar agredado. O Milan empatou em 0x0 com o Tottenham fora de casa, mas fo eliminado pelos Spurs mesmo assim. Outro grande que caiu foi o Arsenal, ao perder para o Barcelona, na Catalunha, por 3x1. O último quadrifinalista já definido é o Schalke 04, que venceu o Valencia por 3x1 na Alemanha.
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Pela Liga Europa, os primeiros jogos das oitavas-de-final já ocorreram, com direito a algumas surpresas. O Dynamo de Kiev fez 2x0 no badalado Manchester City no Valery Lobanovskiy. O Braga bateu o Liverpool por 1x0 em casa, mesmo placar da vítoria do Spartak Moscou sobre o Ajax e do Porto sobre o CSKA, estes fora de casa. Com uam das melhores campanhas na competição, o Zenit foi até á Holanda enfrentar o Twente e não teve sorte: 3x0 para os Tukkers. O Benfica começou perdendo, mas virou pra cima do Paria Saint-Germain em cas,a 2x1. Nas demais partidas, bons resultados para os visitantes, como o 0x0 entre PSV e Rangers e a vitória do Villarreal sobre o Bayer Leverkusen por 3x2.
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Numa rodada sem jogos de brasileiros, a Libertadores viu os argentinos muito irregulares. O Vélez Sarsfield foi surpreendido pelo Unión Espanóla, fora de casa, por 2x1. Mesmo atuando no Paraguai, o Estudiantes venceu o Guaraní por 2x1. No duelo entre times do país platino, o Godoy Cruz venceu o Independiente por 3x1, em Avellaneda. No Uruguai, o Peñarol bateu a LDU, por 1x0, e, com isso, os carboneros assumiram a segunda colocação do grupo 8. Quem é líder do seu grupo são os mexicanos do Jaguares, que fizeram 2x1 no Emelec. Em pleno Olla Azulgrana, o Cerro Porteño ficou no empate com o Deportivo Táchira, por 1x1. Quem também foi surpreendido foi a Universidad Católica, que perdeu no Chile para o Caracas por 3x1. O Junior Barranquilla retomou a liderança do grupo 2 ao bater o Oriente Petrolero, fora de casa, por 2x1. Fechando a semana, goleada do Libertad sobre o San Martín de Porres: 5x1.
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Pela Bundesliga, humilhação do Bayern sobre o Hamburg: massacrantes 6x0 em Munique. A surpresa ficou por conta da derrota do líder e virtual campeão Borussia Dortmund para o Hoffenheim, 1x0 na Rhein-Neckar-Arena. O vice-líder Bayer Leverkusen aproveitou o tropeço e diminui um pouco a diferença para os líderes. Os aspirinas fizeram 1x0 no Mainz 05, fora de casa.
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Pelo Clausura argentino, o líder é o Racing, que venceu o Colón fora de casa por respeitáveis 4x0. Logo átras vem Olimpo, Banfield e San Lorenzo. O primeiro fez 1x0 no All Boys, em casa. O Banfield fez 2x1 no Tigre, o que garantiu a quarta colocação para o Taladro. O San Lorenzo, no Nuevo Gasometro, venceu o Boca Juniors por 1x0. O outro grande do país, o River Plate, também perdeu: 2x1 para o Vélez, em casa.
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Pela Liga Espanhola, tropeço do líder. O Barcelona foi até o Ramón Sánchez Pizjuán enfrentar o Sevilla e ficou no 1x1. Com isso, o Real Madrid, que fez 2x0 no Hércules, em casa, passou a sonhar com o título novamente. Nas demais partidas, destaque para a surpreendente goleada do Zaragoza sobre o Valência, por 4x0. Com a vitória, os maños saíram da zona de rebaixamento.
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Na Ligue 1, o líder ainda é o Lille, que bateu em cas ao Valenciennes por 2x1. Abaixo do primeiro colocado, três times separados por um ponto. Dois deles se enfrentaram entre si: o Rennes, vice-líder, perdeu no Route de Lorient para o Olympique de Marselha por 2x0. Quem aparece bem na terceira colocação é o Lyon. Os Gones fizeram 2x0 no Sochaux, fora de casa.
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Pelo Calcio, os pequenos que aspiram algo tiveram uma ótima rodada. O terceiro colocado Napoli voltou a vencer ao bater o Parma, no Ennio Tardini, por 3x1. O quarto é a Udinese, que visitou o Cagliari e goleou os rossoblu por 4x0. Os dois times de Milão, líderes, empataram. A Inter empatou longe de seus domínios com o Brescia, por 1x1. O Milan fez pior: em Milão, ficou no 1x1 com o lanterna Bari.
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Pela Liga Sagres, título praticamente decidido pro Porto, que foi até o Estádio Dr. Magalhães Pessoa e venceu o União de Leiria por 2x0. O vice-líder Benfica tropeçou novamente, desta vez contra o lanterna Portimonense. Os marafados arrancaram um 1x1 em Lisboa.
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Na primeira rodada da Liga Premier russa, apenas uma surpresa: a goleada do Rostov sobre o Spartak Moscou. Os Selmash fizeram 4x0 na equipe da capital. Nos demais jogos, vitórias das grandes equipes. O atual campeão Zenit foi até a Chechênia e venceu o Terek Grozny por 1x0 no Sultan Bilimkhanov. O Rubin Kazan venceu o caçula Kuban, também fora de casa. Os sapos perderam por 2x0. Na capital, o CSKA fez seguros 2x0 no Amkar Pern.
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Na Primeira División uruguaia, a liderança é do Defensor, mesmo com o empate em casa contra o Bella Vista. Os papales arrancaram um 1x1 contra os líderes. Após um início claudicante, os dois gigantes do país vão se recuperando. O Nacional fez 2x0 no Liverpool, mesmo placar da vitória do Peñarol ante o Cerro, ambos os jogos no Centenário.

Que aniversário, hein, Willian ?

Minha mãe, durante o almoço de domingo, falou essa frase, muito feliz na observação e ainda mais feliz se colocada no meu estado de espírito. Feliz, essa é a palavra que anda me descrevendo. E esse período, que terminou hoje, foi espetacular.
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Pra começar, o carnaval foi bem mais tarde que o normal, caindo exatamente uma semana antes das minhas festividades. Todos sabem o quanto eu gosto da folia momesca, e, para mim, ficar quatro madrugadas acordado, trocando a noite pelo dia e gravando tudo, é um grande prazer. Canto, me emociono e me surpreendo no maior espetáculo da Terra. E esse ano, claro, não foi diferente.
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Além dos desfiles, carnaval envolve a apuração. O momento tão mágico quanto angustiante de esperar uma nota dez e torcer pra ver sua rival perder alguns décimos para a situação ficar mais confortável. E, nas apurações, as duas escolas para as quais torço venceram. Numa apuração apertada com três escolas disputando o caneco, o Vai-Vai venceu pela 14ª vez na história. Já no Rio, numa apuração apertada até o quinto quesito e com direito a surpresas como uma nota nove pra Mangueira, mas depois mais tranquila, a Beija-Flor abocanhou o 12º título. Comemoração garantida.
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Após a quarta-feira de cinzas e a quinta-feira de folga, a sexta-feira indo pra faculdade. A faculdade, aliás, é algo que eu não canso de falar como virtude, pois eu realmente não sabia que gostaria tanto dela. É o meu sonho, tudo o que eu sempre quis, de fato. É sempre bom enumera-la entre o que faço de bom, e não como uma tarefa ou obrigatoriedade. Faço por prazer, e muito prazer.
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No sábado, enfim, o aniversário de fato. Recebi mensagens no celular e, exatamente meia-noite, ganhei o primeiro presente: um lindo relógio da Puma com visor de LED, objeto que eu mal sabia que existia. Lindo, muito bonito mesmo. Os presentes foram se sucedendo, as pessoas em casa idem, as iguarias na barriga, então, nem se fala... iguarias essas que me impediram de jantar. Mas nem fizeram tanta falta assim.
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Tinha marcado de jantar fora com a Fernanda, mas não tinha a minha vontade ( nem estômago ) pra isso. recebi os presentes dela ( um sabonete, um desodorante e uma carta ) e fomos ficar juntos um tempo. Parece que, com ela, o tempo voa quando eu o queria parado. Mesmo assim, ainda vimos três ( TRÊS ! ) noivas sendo fotografadas para seus casamentos, além das incontáveis crianças e casais que são praticamente onipresentes nesses momentos. Nada que estrague a imensa felicidade que tenho ao ve-la.
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Após ver minha namorada, fiquei um pouco no Intercontinental na despedida do André, que passou na UNICAMP. Além dele, estavam lá Marina Escrava e Fernanda Maligna. O quarteto que reunia incontáveis histórias, e que foram sendo colocadas pra fora uma a uma, num fim de noite agradabilíssimo, com muitas risadas e lembranças. Nem o fato de ter esquecido minha insulina na bolsa da Fernanda abalou meu dia. Ora, pra tudo dá-se um jeito.
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Acordar um pouco mais cedo na manhã do domingo não faz mal a ninguém. Saber onde fica a casa da sua namorada, então, nem se fala. Foi uma parada rápida, mas esclarecedora. E, claro, eu quem dirigia. Aliás, dirigi muito, e levei a família toda até o Vivano, dirigindo muito bem, segundo todos.
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Sim, Vivano. E, claro, esse foi um ponto forte do aniversário. Além de minha paixão por churrasco, o que dizer do local que tem a melhor carne do ABC ? Me entupi. Só picanha com alho foram umas 5 peças. É raro encontrar uma carne tão bem cortada, saborosa e preparada como lá. Indico pra todos, e não tenho medo de parecer assessor de imprensa do restaurante.
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Pra fechar o dia, meu time venceu e é líder. Mas resultados nesse momento não interessam. Foi uma atuação convincente, um 3x0 sem dar chances ao inimigo, time que, inclusive, eu odeio, o Santo André. Antes de hoje, o São Paulo já tinha me dado um grande presente ao repatriar Luis Fabiano, meu primeiro ídolo no SPFC, antes mesmo de Rogério Ceni.
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Algo deu errado nesse tempo ? Deve ter dado. Mas até o errado foi bom. Definitivamente, esse meu aniversário de 2011 foi o melhor da minha vida, por tudo isso que eu falei.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O deus da área

Existem várias maneiras de se perceber o quanto uma pessoa foi importante. Após o anúncio de sua morte ou da aposentadoria do que fazia, caso a pessoa tenha sido marcante, ela receberá homenagens das mais diversas. De programas de TV inteiros dedicados ao ídolo até citações de pessoas igualmente importantes, seja do seu meio ou não.
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Com Ronaldo foi assim. O anúncio de sua aposentadoria parou todos os meios de comunicação do país. Seja na TV, no rádio ou na internet, só se falava nisso. A notícia ganhou repercussão mundial, tal qual a fama do Fenômeno e sintetizada nas várias origens de jornalistas que marcavam presença no CT Joaquim Grava para ouvir as últimas palavras de Ronaldo enquanto jogador de futebol.
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Programas especiais sobre o craque foram feitos às pressas para a ocasião. Programas esses que serão reprisados e lembrados por meses, anos, e com toda a justiça. Jogadores das mais variadas espécies falaram sobre o eterno 9 da seleção, prestando reverências e homenagens.
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A maior homenagen, entretanto, é a recebida das pessoas comuns, essas sim, que jamais se esquecerão de quem ganhou uma Copa praticamente sozinho pra nação e se reinventou diversas vezes quando todos o davam como acabado. A metáfora perfeita do povo brasileiro, sempre sofrido, mas igualmente vencedor. Povo esse que canta músicas para o ídolo, como " Sou Ronaldo ", de Marcelo D2, e que há de fazer inúmeras outras para exaltar a carreira desse verdadeiro exemplo de vida.
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Ele se foi, mas seu legado é eterno. Ninguém se esquecerá do jogador que o mundo viu renascer diversas vezes.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O carnaval da superação

O ano de 2011 começou conturbado, e datas importantes foram marcadas por dias importantes no calendário cristão. Essa estranha peculiaridade começou já no primeiro dia santo do ano.
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Dia de Reis, 6 de Janeiro. Naquele triste dia, meu mundo caía. Enquanto Ronaldinho Gaúcho dava uma coletiva falando sobre o seu futuro, o meu parecia selado da pior forma possível. A data em si nada tem a ver com o carnaval, mas ela ajuda a explicar porque a folia de Momo foi tão importante pra mim.
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De lá pra cá, após muitos episódios, meu futuro voltou a ser desenhado em linhas fortes, certas e bonitas, mais precisamente no dia 25 de Fevereiro. Ainda não era carnaval, mas meu pensamento já estava nos desfiles, pois faltava apenas uma semana pra São Paulo inaugurar a festa.
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Em Sampa, aliás, o Vai-Vai venceu contando a história do maestro João Carlos Martins, entusiasta e apaixonado pela obra de Bach, tornando-se referência mundial na execução de óperas do mesmo em pouco tempo. Proibido de tocar graças a acidentes jogando futebol, desenvolvimento de LER ou golpes na cabeça durante assaltos, em sequência, e tendo que memorizar nota por nota após tornar-se regente, o maestro é um exemplo de superação. História que valeu o 14º título da escola do Bixiga.
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A palavra superação também esteve muito presente no carnaval carioca, após Portela, União da Ilha e Grande Rio serem atingidas por um incêndio em seus barracões na Cidade do Samba. Com isso, elas não tiveram suas notas reveladas e o Grupo Especial não teve rebaixamento. A campeã, Beija-Flor de Nilópolis, superou os problemas que teve com sua comissão de frente a fantasia do emstre-sala e levou o 12ª título pra Nilópolis. Uma superação particular da azul-e-branca da Baixada.
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Melhor que ver suas escolas sendo campeãs e acabar com a fila de três anos é ver tudo isso com alguém por perto. No caso, com a namorada. Ela, por quem eu lutei e corri átras, nesse intervalo entre datas religiosas, fez cada momento de mais uma tarde juntos valer a pena, seja me aguentando nervoso durante a apuração ou após isso, mais calmo. A superação aqui é totalmente minha, por me ver na faculdade, ver minhas escolas vencedoras e, principalmente, me ver com a melhor menina do mundo, aquela que eu amo, não abro mão nunca e, definitivamente, não sei viver sem.
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O melhor carnaval da minha vida, sem sombra de dúvidas, acabou agora. Que venha a folia de 2012 !

terça-feira, 1 de março de 2011

Adolescente

Mais uma composição própria, escrita já a algum tempo e que fala da vontade que todo adolescente tem de mudar o mundo e extravasar seus pensamentos e sentimentos por aí além de querer ser alguém importante.
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E essa agonia do peito... quem tira ?
Essa vontade louca de ser grande e bom
Importante, pra alguém que você mira
Seja escrevendo poesias ou fazendo um som
Eu quero o bem pra todo mundo, mudar algo
Curar uma doença, cantar meu amor por você
Melhorar a educação ou matar o fidalgo
Achar um real motivo pra viver
Tenho saudades da época das revoluções
Tenho ainda mais saudades da Fernanda
Quero aniquilar um por um esses cuzões
E quero matar a saudade que comanda
Não dá pra viver encostado, feito ancião
Não quero uma vida parada e sem graça
Vou sorrir, viver, cantar, ter emoção
De algo pra fazer eu tô sempre à caça
Porque...
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Eu vivo pra ter vida, eu quero viver
Ficar parado é pra quem não quer ser grande