sábado, 30 de outubro de 2010

Uma ligação do prefeito

Desde quando o São Caetano ameaçou mudar de cidade graças a desavenças com a prefeitura, fiquei possesso. Se isso se concretizasse, boa parte das minhas infindas memórias nessa cidade ( a única em toda a minha vida ) iriam pelo ralo. Manifestei meu repúdio à lei de municipalização dos clubes mandando um e-mail para a prefeitura municipal, através da qual pontuei bem meu ponto de vista e o por quê de não apoiar tal projeto.
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Para minha surpresa, o prefeito mostrou-se interessado em me responder pessoalmente o e-mail, ligando na minha residência. Me explicou detalhes da lei e me tranquilizou dizendo que os lados haviam chegado num acordo.
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Não foi só isso, pra ainda mais espanto de minha pessoa. Conversamos sobre a política atual, sobre as próximas eleições e sobre a história de São Caetano, em cerca de cinco minutos de diálogo. Ganhei até um convite do prefeito para ir conversar com ele no Palácio da Cerâmica, sede do executivo municipal, logo rechaçado por mim graças aos vestibulares e por saber que isso não passa de educação e uma tentativa de aproximação dele comigo, sendo eu uma alegoria do eleitorado.
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Certos fatos só acontecem em São Caetano. E, com esse, fiquei extremamente feliz.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Costa, batendo de frente com a minha vida

Um ano depois dá pra falar melhor da importância da viagem de formatura. Mais maduro, maior de idade e com uma cabeça ainda mais feita, posso olhar pra trás e ver o quanto Costa do Sauípe foi importante e um divisor de águas não só no ano passado, mas também em toda a minha vida.
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Dias antes da viagem, passei por um episódio traumático com uma pessoa, episódio esse o qual prefiro não recordar. Fui viajar baqueado e triste com a situação e com a pessoa, mas prometi pra mim mesmo que isso não ia me abalar. Ia sim era fazer o contrário: marcar a minha volta por cima.
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Com uma semana de Sol pleno num lugar paradisíaco, não tinha como não ser perfeito. Ir dormir a hora que quiser, curtir todas as opções dum completo hoteleiro completo, várias bebidas, shows espetaculares ( Alexandre Peixe, Timbalada, Cláudia Leitte, O Rappa e Jammil e Uma Noites ), risadas e conversas á beira do deck da piscina ou jogando futebol à todo instante, me senti revigorado.
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Houveram seus pontos ruins, claro, sobretudo com meus amigos. Talvez eu precisasse de um tempo pra ouvir coisas novas, um tempo pra me abrir, um tempo pra mim. Fui ausente demais com eles, reconheço e até hoje me culpo por isso. Entretanto, conhecer de fato algumas pessoas da minha escola, estreitar relações já existentes e conhecer pessoas me fez um bem absurdo. Sempre tive ânsia de papos novos, ideias novas, vozes novas. Consegui isso lá.
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Marcando exatamente um ano de minha ida pra lá, posso desmembrar meu ano em dois: antes e depois da Fernanda. Antes não passei no vestibular, sofri pelo mesmo motivo o qual me deixou triste antes de Costa, fiquei no ócio, me atrasei na vida... enfim, um desastre. Ao começar meu relacionamento tudo mudou, e me sinto tão revigorado quanto fui pra Bahia. A diferença é que ela me faz bem todo dia.
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O Sol que falta no ABC brilha o ano todo no paraíso o qual chamamos de Costa do Sauípe. Um ano depois posso dizer com saudade o quanto o local, a turma, os monitores, o hotel e o simples fato de estar lá fez dum período nefasto da minha vida uma chance de viver feliz.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Outro tango triste em Buenos Aires

Tudo que envolva a Argentina e sua boêmia tem uma face melancólica. Isos é cultural e independe da área, seja nos esportes, na cultura, na religião, no clima ou na política. Essa última deu o tom menor no país hoje novamente, graças ao infarto e posterior morte de seu ex-presidente Néstor Kirchner.
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Enquanto presidente da " era K ", seu governo teve no assistencialismo sua principal base, aumentando o poder de compra das classes mais pobres, fazendo crescer o comércio interno e levando a economia Argentina a taxas de crescimento de 8% ao ano. Por outro lado, seu governo foi marcado pela censura e pela desconfiança de investidores estrangeiros quando ao real panorama da Argentina - seus opositores diziam que todos esses números eram uma ilusão. Querendo ou não, ele salvou o país da crise de 2001 e do desastre do governo de Fernando de la Rúa.
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Elegeu sua mulher, Cristina Kirchner, como sua sucessora, e venceu a eleição. Obviamente, muitos diziam que era ele quem comandava de fato o país, e que sua mulher era apenas figuração na Casa Rosada. Qualquer semelhança com Lula e Hugo Chávez não é mera coincidência, diga-se de passagem. Censura, programa voltado pros mais pobres...
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E agora ele está morto, a Argentina não sabe qual caminho tomar e 2011 é ano de eleição. A tristeza recorrente dos argentinos têm mais um cenário perfeito para aparecer ao som das canções de Gardel.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sobre a situação da AD São Caetano ~ Cópia de e-mail pra prefeitura de São Caetano do Sul

Caro prefeiro José Auricchio Jr.,

Confesso que entendo os seus motivos para querer despejar a AD São Caetano de sua sede social. A lei de municipalização dos clubes é totalmente legal, e o senhor tem todo o direito de fazê-la. No entanto, não acho que a cidade precise tão urgentemente de recursos advindos de terrenos em propriedade privada há tanto tempo para se manter. São Caetano do Sul é próspera, e se manteve em tempos piores sem essas terras.
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Leio jornais, sites e agências de notícias da região e da cidade diariamente, e não ouvi outros clubes municipais reclamarem de tal atitude da prefeitura. Partindo do pessuposto de que ninguém quer perder uma terra comprada por si próprio, a lei não se aplica a eles, ao menos por enquanto. Porque começar bem com o clube que representa toda a cidade no cenário esportivo internacional ? Isso significaria uma significativa perda de dinheiro, de visibilidade Brasil afora e do reconhecimento de pessoas de todos os cantos para a cidade, e causaria algum estrago no orçamento.
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Independentemente do impacto orçamentário, há algo que não está transcrito em dinheiro ou atitudes: a identidade da cidade. Certamente muitos munícipes tem orgulho da agremiação desportiva que é, indiscutivelmente, um dos maiores clubes do país, campeão estadual e vice-campeão nacional e continental, posições que muitas equipes mais velhas que o " Azulão " não obtiveram, nem ao menos chegaram perto. O futebol, principal categoria do clube, é o esporte mais querido em todo o país, e ter um representante tão grande nessa área é de fundamental importância para atrair turistas, pessoas e gente interessada em por aqui estabelecer residência ou investimentos das mais variadas espécies.
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Politicamente falando... o que o sr. Luiz Tortorello, finado e histórico prefeito de São Caetano do Sul e torcedor fanático da equipe, acharia de tal ato ? Lembre-se que foi ele quem fez todo o nome do senhor rumo à prefeitura, desde a indicação para o secretariado municipal até a eleição para prefeito. Vou além: seu principal oponente nas eleições de 2008, Jayme Tortorello, vinha da mesma família que o ex-prefeito, e pregava em seu plano de governo apoio total à equipe. Com a lei que poode desapropriar o clube, não prevista pelo senhor, a opinião de muitos de seus eleitores - eu me incluo nesse grupo - poderiam mudar. A AD São Caetano tem uma projeção maior que a própria cidade em alguns aspectos, e para a grande maioria do povo brasileiro a situação se repete.
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Aprovo seu mandato, que fique bem claro. Mas tal indisposição para com o clube pode realmente me fazer mudar alguns conceitos. Votei no senhor em 2008 e não me arrependo disso, mas me sinto apunhalado diante de tal injustiça moral com a maior vitrine sulsancaetanense.
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Atenciosamente,
Willian Goueia Ferreira

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tempo, ao menos por um dia

Nessa vida tão corrida de vestibulando, ando me queixando incessantemente da falta de tempo. Sempre estudo, fico no cursinho, leio sobre as mais diversas matérias... e, óbvio, falta tempo pro lazer, seja ele qual for. Me distanciei um pouco dos esportes e do convívio social com o único fim de passar numa boa faculdade.
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Nessa segunda-feira, porém, tive um dia atípico. Cheguei em casa e pude estudar um pouco além do que estudo normalmente. Pude ver alguns vídeos de futebol, brincar com a minha irmã, ver duas partidas simultâneas de futebol e ver o programa sobre a NFL, meu novo vício. Tudo isso sem descansar, malhando e colocando o intelecto pra funcionar, alcançando um equilíbrio que deveria ser mais comum nos meus dias, mas que a exigência selvagem dos vestibulares não permite.
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O ideal seria ter mais dias como esses, não por ser segunda-feira, obviamente, mas pelo tempo para ter uma vida e pelo tédio domado, que não se transformou em ócio, e sim em trabalho produtivo, e não apenas cansativo. A chave pra passar no vestibular foi definitivamente alcançada.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Isso não tinha no meu tempo...

Tinha sim, seu mentiroso. Quantas vezes você não ouviu isso duma pessoa mais velha querendo dar lição de moral e falando implicitamente que sua geração ( e sim, isso te inclui ) não presta e são todos marginais/vagabundos/inúteis/vadios/desvirtuados e que só fazem e pensam absurdos ? Não fique encanado com isso, a geração deles era idêntica.
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Vi num desses programas mundo-cão da TV o caso conhecido como " A Chacina da Ponta da Praia ". O crime é famoso em Santos, e foi relatado com detalhes pelo televisivo, que esmiuçou cada aspecto brutal do episódio, característica desse tipo de noticiário. Resumindo, um homem de 34 anos namorava uma adolescente de 16. A diferença de idade desagradava os pais, e a adolescente foi morar com o namorado. Ela não aguentou viver com um homem possessivo e ciumento, e voltou para o lar. O homem não aceitou tal fato, e matou pai, mãe e ex, com requintes de crueldade.
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Tudo perfeito, é só mais um crime hediondo. O detalhe do caso é o fato do ocorrido ter 36 anos. Após o triplo homícidio, o homem viajou pelo mundo, e reapareceu após o período no qual ele poderia ser julgado ter expirado. Hoje ele tem quase 70 anos e passeia livremente por qualquer lugar, como se não tivesse feito nada.
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A matéria ficou interessante quando a repórter colheu a opinião de terceiros sobre o caso. O promotor do caso disse que seu maior arrependimento na vida foi não ter prendido o criminoso. Um senhor falou que gostaria de sentar lado a lado com o meliante e perguntar como ele consegue dormir toda noite.
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Com um crime tão hediondo ocorrido há quase 40 anos, cai por terra o mito de que nos tempos de nossos pais ou avós não havia esse tipo de assassinato. O que não havia era uma mídia tão presente e sensacionalista. E, claro, num país com menos habitantes, as chances de tais eventos ocorrerem são menores.
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Mas... os mesmos que nos dizem que " filho de peixe peixinho é " são os saudosistas que lembram de sua infância num tempo no qual violência não estava nem no dicionário. Pois bem, se foram eles quem nos criaram, eles também tem culpa da atual violência, seguindo o que eles mesmos apregoam por aí.
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Geração perdida ou ruim não existe. A minha pode ter seus defeitos, mas tem suas qualidades também, e tem muitas. A violência é algo inerente ao ser humano, bem como a necessidade de achar tudo o que se viveu superior aos demais.
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Defenda sua geração da hipocrisia dos mais velhos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Futebol S/A

Nessa quinta-feira, o São Caetano anunciou seu total descontentamento com a prefeitura da cidade graças a questões econômidas, e ameaçou sair da cidade, indo pra outro local. Nos últimos tempos, essa notícia poderia ser transcrita mudando apenas os substantivos próprios de clubes e cidades, mostrando a faceta mais sem-graça e triste do futebol: seu lado capitalistamente selvagem.
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No início do ano, o Grêmio Barueri anunciou sua ruptura com a prefeitura da cidade da Grande São Paulo, e a partir do Braisleirão passou a se denominar Grêmio Prudente, atuando na cidade de Presidente Prudente, extremo oeste paulista. A nova casa abrigaria o clube e concederia o estádio Farahzão ( com capacidade para 44 mil pessoas ) gratuitamente pros jogos da equipe. Recentemente, o consórcio proprietário do Guaratinguetá anunciou que à partir de 2011 o time atuará em Americana por motivos e com benesses semelhantes.
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O Brasil tem equipes como o Olé Brasil e o Pão de Açúcar, inteiramente ligados a empresários dos mais diversos. Hoje em dia muitos jogadores não tem mais seus passes ligados aos clubes, mas sim a grupos empresariais como a Traffic ou o Sendas, pra ficar nos mais famosos. O problema não é restrito ao país tupiniquim, pois em outros países existem casos curiosos de clubes que não jogam pela equipe, mesmo tendo seu nome no elenco, ou até mesmo de clubes que não existem. Os uruguaios Deportivo Maldonado e Rentistas, bem como os suíços Locarno e Bellinzona, integram tal grupo. A Traffic, já citada aqui, pretende comprar o Estoril, da segunda divisão portuguesa, dando novas dimensões ao futebol de mercado.
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Nos esportes americanos, é normal vermos uma franquia mudar de cidade. Repito: franquia. Franquia, por si só, já é um nome ligado ao mundo business, e não ao esportivo tradicional. O futebol brasileiro mostra-se cada dia mais falido - econômico e moralmente - conforme vê-se os times deixando de lado suas origens por qualquer tostão.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Reféns de suas próprias campanhas

Muitos dizem que ser rpesidente é fácil. Alto salário, viagens, poder, um palácio como residência oficial... talvez seja mesmo, pensando por esse lado. Mas até chegar lá o caminho é tortuoso, como estão comprovando Dilma Rousseff e José Serra. Nessa quarta-feira esse fato chegou ao ápice.
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Fazendo campanha no Rio de Janeiro, Serra e seus militantes foram parados por partidários pró-Dilma. Com o clima hostil e alguns enfrentamentos entre os eleitores, o presidenciável foi agredido por seus opositores, ao ser arremessado um rolo de fita crepe em sua cabeça. A hostilidade, a qual eu sempre fui favorável, torna-se irracional quando ela ganha a companhia das agressões.
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Já Dilma, discursando em Brasília, apresentou seu programa para o Meio Ambiente sob acalorados protestos de ativistas, sobretudo do Greenpeace. O evento, com a visível finalidade de aproximar os eleitores de Marina Silva da candidata petista, sofreu justamente com as críticas de quem deveria passar a apoia-la. Num país de elitores conscientes, isso seria o suficiente pra presidenciável perder votos. Porém, no balaio de gatos chamado de eleitorado brasileiro, nada irá ocorrer.
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As eleições pra presidente movem legiões de fiéis eleitores desde a redemocratização e as primeiras eleições federais pós-ditadura, em 89. Todas tiveram doses imensas de paixão intensa, e essa já teve episódios ( já citados nesse blog ) que amplificaram ainda mais a acirrada disputa. Pra substituir Lula, o político brasileiro mais amado desde Getúllio Vargas, o colegiado mostra-se com uma disposição ímpar, infelizmente confundindo-a com um clima de guerra desnecessário.
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Admiro muito os que apoiam firmemente seus candidatos, tentando convencer os demais e promovendo um debate de âmbito verdadeiramente nacional. Mas sem violência, sempre. Querer se rebaixar ao nível moral dos moribundos engravatados é se degradar enquanto eleitor e ser humano.
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PS: Ainda na quarta-feira, falando sobre a falta de quórum no Senado até pra pedir uma pizza, o fofo José Sarney disse que " com a campanha presidencial em segundo turno e a de alguns estados também, é compreensível o empenho dos senadores nas disputas e a consequente falta de pessoas no plenário ". Claro, senador. O incompreensível é saber porque eles estão há quatro meses recebendo um alto salário dos bolsos do contribuinte.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quando me ferve o sangue de jornalista

Era uma aula de redação como qualquer outra. Debates de ideias mornas e sem uma grande discussão, de qualquer espécie. Ao ler por alto os temas, um muito me interessou: censura. Como é de bom grado, esperei a vez dele ser comentado, calado. Ele chegou, e fui pego de surpresa.
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A professora comentou que tal palavra ganhou uma " carga muito forte nos tempos da ditadura ". Ela complementou dizendo que " há censuras boas ", e deu o exemplo dos reality shows, os quais ela censuraria " todos, pois é uma verdadeira putaria e crianças veriam o sexo com muito glamour ".
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Fiquei chocado. Falando especificamente dos reality shows, eles podem não dar exemplo algum de civilidade e educação, mas não acho nada digno barrar a capacidade criadora duma pessoa ou dum grupo midiático, por mais bobo que seja o programa. Ora, se ele existe há público. Deveríamos mudar nossos gostos incentivando um entretenimento mais digno. Até isso se complicaria caso levássemos em conta o fato de que eles são apenas um reflexo da sociedade, como disse na ocasião.
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A professora, talvez pela primeira vez, viu-se com uma opinião bem diferente da dos alunos, e não conseguia chegar num ponto de acordo conosco. Entendo o trauma da pessoa para com a educação dos tempos da ditadura e tudo mais, mas eu sou um defensor integral da liberdade de expressão, seja ela boa ou ruim pra quem quer que seja.
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Para ajudar, havia na sala uma menina que mudou de opinião umas quatro vezes, no mínimo. Entre suas falas, comentou que o pai votou no Tiririca e que achava um absurdo sua irmã reclamar do histórico de mensagens no MSN. Ao ve-la concordando com a professora, argumentei, contraatacando-a. E ela disse, simplesmente, que a Lei Ficha Limpa é um tipo de censura. Ri, apenas. Seria mais oportuno discutir com minha lapiseira.
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Citei Gualber Rocha na aula, e o cito de novo: " uma câmera na mão e uma idéia na cabeça ". Isso, e apenas isso, são necessário pro começo de algo. Seja um vídeo ou uma revolução, a liberdade de expressão e a criatividade jamais devem ser barradas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre eleições, alianças e a política atual

Erro já no começo desse texto. Não dá pra chamar o visto pelos civis à tarde e à noite atualmente de horário político. A denominação correta deveria ser horário da politicagem. A diferença pode ser pequena se levarmos em conta as palavras em si, mas quanto aos significados delas existe um verdadeiro abismo.
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A política é uma ciência, tal qual a economia ou a antropologia. Estuda o poder, sua constituição, bases, fundamentos e afins. Interessa para nós aqui como o homem aproveita-se dela, para se fazer representado, colocar ordem num determinado grupo de pessoas e fazer com que todos, de alguma forma, sintam-se representados.
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Ao menos no Brasil a política sempre foi bem distribuída, e era possível, desde os tempos imperiais, distinguir propostas, grupos, ideias e opiniões. Moderados e exaltados, restauradores e liberais, oligárquicos e burgueses industriais das cidades, queremistas, trabalhistas, progressistas, comunistas... todos esses grupos podiam ser identificados no século dos reis, presidentes e de Vargas. Veio a ditadura e o bipartidarismo. O ARENA defendia os militares, enquanto o MDB os combatia.
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Com a redemocratização a partir de 1982 em eleições estaduais e em 1989 nas eleições a nível nacional, a chamada Nova República prometia uma igualdade política jamais vista no país. Tempos iguais de discurso para cada candidato, visibilidade justa para cada um e uma mobilização comovente de toda a nação ávida pela volta do voto.
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A democracia sobreviveu ao abalo do falecimento de Tancredo Neves e ao mandato de José Sarney, mas a igualdade política foi pelos ares. Nas atuais eleições, vê-se o triunfo da politicagem, a banalização dos candidatos, a falta de propostas concisas e o consenso popular de que " temos que votar no menos pior ".
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Dilma e Serra concentram a imensa maioria do tempo no horário eleitoral. Eles, como todos os outros, fazem programas superficiais, parecidos com vídeos turísticos e mostrando o que já fizeram, e não o que irão fazer. Faltam propostas claras e palpáveis. E, para nosso azar, o cenário presidencial é bem parecido com o ocorrido nas disputas entre governadores e senadores.
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Para deputados, o martírio é grande. Subcelebridades das mais diversas aparecem com slogans e músicas desdenhando de si mesmos, do sistema eleitoral e, porque não, do próprio eleitor. De garotas do funk até comediantes e " personalidades " de baixo calibre, importância e competência para fazer algo digno para todos. Há baixaria moral pra todos os gostos. Os poucos que querem algo sério, e tem oportunidade e capacidade para isso, tem seu tempo diminuto, os obrigando a passar pela não menos humilhante situação de esfregar todas suas propostas em textos de quatro segundos.
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É ridículo falar de novo, mas nada vai mudar enquanto nós, meros civis, agirmos. Mas... quem aje, né ? Enquanto isso achamos graça, e também achamos que " pior do que tá não fica ". Vão pensando assim, comodistas. O inferno tá só começando.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Âmago

Fossa abissal
Centro da Terra
Camada pré-sal
Leite de pedra
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Inferno do cão
Órgãos humanos
Dor da tentação
Lugar dos panos
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Instante de fé
Quando falta ar
Miolo do mundo
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Bonito não é,
Mas quem vai negar
Quão é profundo ?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Febre

Costumo falar que as dores de dente ou de ouvido são as piores, se levarmos em conta apenas a dor causada. Mas a febre talvez seja a doença/sintoma mais agonizante existente. Não e sabe o que ela vai preceder, se é uma gripe, uma apendicite, uma das dores já citadas, diaarréia ou dor de estômago.
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Você torna-se refém dessa maravilha chamada de corpo humano. No entanto, essa maravilhosa se transforma alguns dias no seu pior pesadelo, sem saber o que ele te proporcionará. Tal qual um sorteio randômico, uma hora vem a doença de fato. E ele vai te fazer sofrer novamente.
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Me encontro nesse padecimento acima. Tenho dor no corpo intensa e generalizada, mas sei que algo pior virá. A " sorte " está lançada.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Undisclosed Desires

I know you suffered
But I don't want you to hide
It's cold and loveless
I won't let you be denied

Soothe me
I'll make you feel pure
Trust me
You can be sure

I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognize your beauty's not just a mask
I want to exorcize the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart

You trick your lovers that you're wicked and devine
You may be a sinner
But your innocence is mine

Please me
Show me how it's done
Trust me
You are the one

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Véspera de feriado

Ultimamente, tenho sido privado de minha própria vida. Virei um robô programado apenas pra decorar fórmulas ou entender os mais diversos ciclos biológicos. Quem me conhece sabe que não nasci pra isso. Estudo, mas não dá.
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Decidi largar tudo por um dia, e a data escolhida foi hoje. Aproveitei o último dia do SWU, o jogo da seleção à tarde, o Sunday Night Football, o frio e a preguiça pra tirar um dia meu nesse Outubro tão marcado pela falta de tempo até pra respiração pros vestibulandos.
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Deu tempo pra tudo. O sono até me tirou o prazer de ver o primeiro gol da seleção contra a Ucrânia, mas eu vi Pato fazer o segundo num jogo fraquíssimo tecnicamente. Ao menos a vitória tá contabilizada, e no futebol vale o resultado.
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Passada a partida, baixei algumas músicas das bandas do SWU. Rage Against the Machine, Queens of the Stone Age, Dave Matthews Band, Los Hermanos. Mas foi na primeira banda citada a que me fez perder o chão diversas vezes. Sentindo a pegada forte das músicas, as mensagens e as denúncias, minha tarde ganhou vida.
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Até fui pegar o violão pra desenferrujar um pouco, até tentei tirar músicas mais difíceis, até tirei Hey Soul Sister, do Train. Mas a tarde, definitivamente, era das letras de protesto de Zack de la Rocha e da guitarra sempre perfeita do genial Tom Morello. Cansei de ouvir a tão tradicional Killing the Name, reouvi Bullet in the Head, Testify, Bulls Parade e tive a surpresa do dia: uma canção que eu gostava muito num jogo de videogame era também do RATM, de nome Guerilla Radio. Cantarolava cada palavra de todas as músicas como um fiel em romaria ao ver sua santa desfilar pelas rusas.
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Certos prazeres a escola me expropria por nove meses. E quando eles tem a mínima chance de voltar, a sensação é amplificada e o dia torna-se especial.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Primeiro turno das eleições: todos os detalhes, com opiniões

Presidência da República
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Dilma Rouseff ~ PT: 46,91% dos votos. Vencedora nos estados do RS, RJ, MG, ES, GO, TO, PA, AM, AP e em todos os estados do Nordeste.
José Serra ~ PSDB: 32,61% dos votos. Vencedor nos estados de SC, PR, SP, MS, MT, RO, AC e RR.
Marina Silva ~ PV: 19,33% dos votos. Vencedora no DF.
Plínio de Arruda Sampaio ~ PSOL: 0,87% dos votos.
José Maria Eymael ~ PSDC: 0,09% dos votos.
Zé Maria ~ PSTU: 0,08% dos votos.
Levy Fidélix ~ PRTB: 0,06% dos votos.
Ivan Pinheiro ~ PCB: 0,04% dos votos.
Rui Costa Pimenta ~ PCO: 0,01% dos votos
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→ O segundo turno ocorrerá, ao contrário do que apontavam todas as pesquisas após o início do horário político. O PT sai mal do primeiro turno, e o PSDB sai fortalecido.
→ Dois nomes ligados ao próprio PT possibilitaram o segundo turno: Marina Silva e Erenice Guerra. A primeira foi ministra do governo Lula, saiu da equipe e candidatou-se à presidência propondo a " terceira via " na política. Seu discurso cativante, fincando a bandeira do desenvolvimento sustentável seduziu os jovens no país duma forma jamais vista após o movimento dos caras-píntadas. As pesquisas davam cerca de 12% do eleitorado pra candidata do PV, e seus 19% são uma pequena mostra da força do eleitorado jovem.
→ A segunda assumiu o cargo deixado por Dilma Rousseff no governo: o ministério da Casa Civil. Acusada de corrupção, renunciou ao cargo durant a campanha eleitoral. Foi a deixa para Marina Silva sair do muro e atacar mais firmemente a situação, roubando pontos de Dilma, transferidos para ela. Tal ato possibilitou uma nova votação ao cargo presidencial no fim do mês.
→ O socialista Plínio aparecia sempre com cerca de 3% nas pesquisas. Seu desempenho lastimável é mostra da ascenção do PV na disputa e do quão fraca é a situação da extrema esquerda nacional.
→ Com o segundo turno, espero ver José Serra e o PSDB querendo ser presidente. O candidato passou omisso no primeiro pleito, e foi largado por sua legenda. A falta de vontade de ambos os lados facilitava o trabalho petista. Agora a disputa é direta, e será necessário sair do muro caso eles queiram melhor ventura.
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Governadores
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Eleitos
Acre: Tião Viana ~ PT
Amazonas: Omar Aziz ~ PMN
Bahia: Jacques Wagner ~ PT
Ceará: Cid Gomes ~ PSB
Espírito Santo: Renato Casagrande ~ PSB
Maranhão: Roseana Sarney ~ PMDB
Mato Grosso: Sinval Barbosa ~ PMDB
Mato Grosso do Sul: André Puccineli ~ PMDB
Minas Gerais: Antonio Anastasia ~ PSDB
Paraná: Beto Richa ~ PSDB
Pernambuco: Eduardo Campos ~ PSB
Rio de Janeiro: Sérgio Cabral ~ PMDB
Rio Grande do Norte: Rosalba Ciarlini ~ DEM
Rio Grande do Sul: Tarso Genro ~ PT
Santa Catarina: Raimundo Colombo ~ DEM
Sergipe: Marcelo Déda ~ PT
São Paulo: Geraldo Alckmin ~ PSDB
Tocantins: Siqueira Campos ~ PSDB
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Segundo turno
Alagoas: Teotônio Vilela x Ronaldo Lessa ( PSDB x PDT )
Amapá: Lucas x Camilo Capeberibe ( PTB x PSB )
Distrito Federal: Agnelo Queiroz x Weslian Roriz ( PT x PSC )
Goiás: Marconi Perillo x Íris Rezende ( PSDB x PMDB )
Paraíba: Ricardo Coutinho x Zé Maranhão ( PSB x PMDB )
Pará: Simão Jatene x Ana Júlia Carepa ( PSDB x PT )
Piauí: Wilson Martins x Silvio Mendes ( PSB x PSDB )
Rondônia: Confúcio Moura x João Cahulla ( PMDB x PPS )
Roraima: Neudo Campos x Anchieta ( PP x PSDB )
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Por partido já eleitos:
PMDB ~ 4
PSDB ~ 4
PT ~ 4
PSB ~ 3
DEM ~ 2
PMN ~ 1
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Por partido em segundo turno:
PSDB ~ 5 ( mais votos no primeiro turno em 3 )
PSB ~ 3 ( mais votos no primeiro turno em 2 )
PMDB ~ 3 ( mais votos no primeiro turno em 1 )
PT ~ 2 ( mais votos no primeiro turno em 1 )
PDT ~ 1
PTB ~ 1 ( mais votos no primeiro turno em um )
PSC ~ 1
PPS ~ 1
PP ~ 1 ( mais votos no primeiro turno em um )
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→ Com boas chances de sair com 7 governos, o PSDB sai fortalecido nos pleitos estaduais. O PMDB, muito forte em alguma sunidades federativas, idem. A surpresa fica por conta do PSB, com boas chances de abocanhar 5 estados.
→ A imagem de Lula não foi o suficiente pra convencer eleitores de alguns estados. Ficando com menos estados que PSDB e PMDB, o peso do partido da estrela cai consideravelmente.
→ Com exceção do Rio Grande do Norte, o Nordeste mostra-se reduto da esquerda nacional. Até mesmo a Bahia, conhecida pelos direitistas ACM e pela força do atual DEM, reelegeu o petista Jacques Wagner. Na contra-mão disso temos SC, PR, SP, MG e GO, de tendência conservadora.
→ O PT, entretanto, retomou o governo gaúcho, estado no qual sempre foi forte e havia perdido as eleições passadas.
→ Triste ver a família Sarney mais uma vez vencendo uma eleição majoritária, ao mesmo tempo no qual é bom ver Fernando Collor sendo derrotado em Alagoas.
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Senadores
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Alagoas: Benedito de Lira e Renan Calheiros ( PP e PMDB )
Amapá: Randolfe e Gilvam Borges ( PSOL e PMDB )
Amazonas: Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin ( PMDB e PC do B )
Bahia: Walter Pinheiro e Lidice ( PT e PSB )
Ceará: Eunicio e Pimentel ( PMDB e PT )
Distrito Federal: Cristovam Buarque e Rollemberg ( PDT e PSB )
Espírito Santo: Ricardo Ferraço e Magno Malta ( PMDB e PR )
Goiás: Demóstenes Torres e Lúcia Vânia ( DEM e PSDB )
Maranhão: Lobão e João Alberto ( ambos do PMDB )
Mato Grosso: Blairo Maggi e Pedro Taques ( PR e PDT )
Mato Grosso do Sul: Delcídio Amaral e Moka ( PT e PMDB )
Minas Gerais: Aécio Neves e Itamar Franco ( PSDB e PPS )
Paraná: Gleisi e Roberto Requião ( PT e PMDB )
Paraíba: Vitalzinho e Wilson Santiago ( ambos do PMDB )
Pernambuco: Armando Monteiro e Humberto Costa ( PTB e PT )
Piauí: Wellington Dias e Ciro Nogueira ( PT e PP )
Rio de Janeiro: Lindberg e Marcelo Crivella ( PT e PRB )
Rio Grande do Norte: Garibaldi Alves Filho e José Agripino Maia ( PMDB e DEM )
Rio Grande do Sul: Paim e Ana Amélia Lemos ( PT e PP )
Rondônia: Valdir Raupp e Ivo Cassol ( PMDB e PP )
Roraima: Romero Jucá e Ângela Portela ( PMDB e PT )
Santa Catarina: Luiz Henrique da Silveira e Paulo Bauer ( PMDB e PSDB )
Sergipe: Eduardo Amorim e Valadares ( PSC e PSB )
São Paulo: Aloysio Nunes Ferreira e Marta Suplicy ( PSDB e PT )
Tocantins: João Ribeiro e Marcelo Miranda ( PR e PMDB )
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Por partido:
PMDB ~ 16 ( 20 com os eleitos em 2006 )
PT ~ 11 ( 13 com os eleitos em 2006 )
PSDB ~ 5 ( 10 com os eleitos em 2006 )
PP ~ 4 ( 5 com os eleitos em 2006 )
PR ~ 3 ( 4 com os eleitos em 2006 )
PSB ~ 3 ( 4 com os eleitos em 2006 )
PSOL ~ 2
DEM ~ 2 ( 6 com os eleitos em 2006 )
PDT ~ 2 ( 3 com os eleitos em 2006 )
PPS ~ 1 ( 2 com os eleitos em 2006 )
PMN ~ 1
PRB ~ 1
PSC ~ 1
PC do B ~ 1 ( 2 com os eleitos em 2006 )
PTB ~ 1 ( 4 com os eleitos em 2006 )
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→ Todas as pesquisas em SP indicavam Netinho de Paula no senado por SP. Bom ver eo erro da população. Melhor: muito bom ver o competentíssimo e desconhecido Aloysio Nunes receendo sua justa chance.
→ Aécio neves obteve três vitórias retumbantes contra Lula em MG: elegeu seu governador e seus dois senadores, sendo ele mesmo um desses. As Alterosas estão blindadas contra o lulismo.
→ Em Alagoas, Heloísa Helena não consegui se eleger. Pelo mesmo estado, Renan Calheiros foi líder. No Piauí, Mão Santa e Heráclito Fortes ficaram de fora.
→ Muito bom ver Cristovam Buarque sendo reeleito. Muito ruim ver Marcelo Crivella reeleito.
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Deputados federais e estaduais
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Graças à desordem generalizada no STF, não temos tais dados. Temos os números relativos aos candidatos de maneira direta, sem conhecermos números levando-se em conta os partidos e as coligações ajudadas pelo coeficiente eleitoral legislativo.

domingo, 3 de outubro de 2010

Em busca da boa fase, e nada mais

Foi instantâneo: Paulo César Carpeggiani saiu do Atlético Paranaense e foi pro São Paulo. O ex-atleticano assumiu a equipe com a única missão de fugir do Z4, mas largou a equipe numa espetacular quinta colocação, capaz de, com algum esforço, levar o limitado elenco à Libertadores, um verdadeiro conto-de-fadas pro Furacão. Mais que qualquer coisa, o time jogava. Tinha defesa, meio campo e ataque, jogadas próprias, estilo de jogo, algo inexistente antes de sua chegada.
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Tio Carpa precisará fazer um trabalho do zero novamente. Assumir o time que ostenta a terceira maior torcida do país e onde a pressão é intensa à todo instante. Pior: time que ainda não estreiou esse ano. Teve um lapso de bom futebol pouco antes da Copa se iniciar, mas veio o Mundial e tudo voltou ao normal. As vitórias são por acaso, a raça é desconhecida e a torcida está desesperada. Se levarmos em conta apenas seu último trabalho, a contratação mostrou-se certeira. Mas temos alguns agravantes.
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Poucos se lembram, mas Carpeggiani já passou pelo São Paulo. Foi em 1999, durante o Campeonato Brasileiro. E não fez nada demais com um time que foi campeão paulista no ano anterior e no ano seguinte. Em 2007, o Corinthians apostou nele, e teve como resultado seis vitórias em vinte e quatro jogos, campanha do rebaixamento alvinegro.
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Ele também teve êxitos, claro. Foi campeão do mundo com o Flamengo, mas a base foi formada por Cláudio Coutinho um ano antes. No Paraguai montou um time espetacular com Gamarra, Ayala, Arce e Chilavert, mas pouco eficiente no ataque.
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O São Paulo o cotnratou por sua fase, e não por seus resultados ou pelo que ele pode fazer. É uma decisão imediatista, de pouco valor à longo prazo. Provavelmente ( e eu espero ), o demitiremos no fim do Campeonato Brasileiro para trazer um melhor. Só espero resultados melhores que os obtidos onze anos átras.
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Não gosto de Carpeggiani. Sou traumatizado graças à 99, e preferiria muito mais ver Silas em nosso banco, ainda mais sabendo de sua provável demissão amanhã. Ao menos ele está numa fase melhor que a de Vanderlei Luxemburgo e mostra-se melhor, ao menor por enquanto, que Sérgio Baresi. Mas o São Paulo perdeu o ano, de fato, ao deixar Dorival Júnior escapar.

Juramento do eleitor

Eu, enquanto eleitor da República Federativa do Brasil, prometo dar meu voto somente à pessoas que me inspirem confiança, tenham projetos concisos, viáveis e interessantes, não tenham um passado manchado por escândalos de corrupção ou de quaisquer outra espécie e tenham liberdade para comunicar-se com quem os elegeu, não tornando-se apenas mais um candidato à subir ao poder e esquecer-se de seus eleitores.
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Reiteiro também que sei a hora na qual estamos chegando: o da verdade. O das definições, nas quais a pressão para se votar é imensa, mas falta o incentivo. Lembro a mim mesmo que o maior incentivador é a minha consciência, pois sei que apenas com o meu voto algo pode mudar nesse país atolado em escândalos, cheio de parasitas em todas as camadas políticas existentes, envergonhado-nos dia após dia em nossos noticiários.
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Assumo, por fim, a responsabilidade de, mais que eleger, fiscalizar. Devo notar que apertar teclas e esquecer os números os quais digito é fácil, mas para meu voto ter algum tipo de validade é necessário criar uma conexão com o candidato. Não improta o meio de comunicação, o importante é ter minha voz ouvida em qualquer casa política nacional. Eu sou a voz do povo, e o povo somos nós, eleitores e habitantes do Brasil.
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A hora é minha. A hora é nossa. O dia da democracia chegou, a hora já está à caminho e eu não posso perder essa oportunidade. A mudança começará hoje, com a força dum exército civil ávido por ética, respeito e cidadania. Uni-vos.

sábado, 2 de outubro de 2010

A disputa em outros estados

Rio Grande do Sul ~ Tradicional reduto petista, a esquerda gaúcha sofreu uma derrota histórica nas eleições de 2006, na qual viu o PSDB assumir o governo. Num mandato marcado por polêmicas, choques com eleitores e um escândalo de corrupção, a governadora Yeda Crusius é apenas a terceira colocada nas pesquisas e dificilmente irá pro segundo turno. Nele deve figurar o ex-ministro de Lula, Tarso Genro, e José Fogaça, dois velhos conhecidos da política local. Para o fim de Outubro, caso nada aconteça, Genro deverá ser eleito.
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Santa Catarina ~ Estado com posicionamento mais à direita do país, Santa Catarina deve ter um segudno turno dominado por partidos dessa doutrina. No início a líder era Ângela Amin, do PP. Hoje, Raimundo Colombo dá de braçadas, com cerca de 15% de vantagem. Ideli Salvatti tem os votos dos vermelhos locais, que não tem força, mas é o suficiente para leva-lá ao terceiro lugar. No entanto, a petista não conseguirá nada além disso.
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Paraná ~ Disputa polarizada em dois candidatos, à saber: Beto Richa, do PSDB, e Osmar Dias, do PDT. O tucano é líder desde a primeira pesquisa, obteve folga maior no meio da corrida estadual, mas agora o pedetista consegue encostar novamente. Há certo empate técnico entre os dois e o pleito só deverá ser decidido no fim do mês, em segundo turno.
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Rio de Janeiro ~ Eleição praticamente decidida. Sérgio Cabral, do PMDB, deve se reeleger sem maiores problemas. Ele conta com 60% de aprovação do eleitorado, enquanto o segundo posicionado nas pesquisas, Fernando Gabeira, tem a aprovação de 16% do colégio eleitoral.
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Minas Gerais ~ O estado proporcionou uma virada estratégica. Apoiado pela executiva nacional do PT, Hélio Costa começou a campanha à frente de Antonio Anastasia, do PSDB. O tucano hoje lidera com 13% de vantagem, podendo decidir a eleição em primeiro turno. Tudo isso porque Anastasia, vice-governador de Aécio Neves, começou a ter sua imagem vinculada ao do ex-governador. No embate entre Aécio e Lula, melhor pro mineiro. Isso dá argumentos para os que defendiam a escolha de Aécio pra presidência ( e isso inclui esse que vos fala ).
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Bahia ~ Antigo reduto de direita do país, a Bahia pode confirmar em 2010 a derrocada dos conservadores locais. Quatro anoas átras, o petista Jaques Wagner venceu a eleição num pleito histórico, e, nesse ano, tem 52% das intenções de voto, com boas chances de acabar com a disputa já amanhã. Paulo Souto ( DEM ) e Geddel Vieira Lima ( PMDB ) tem a ingrata missão de fazer a Boa-Terra ter um segundo turno, ao menos.
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Pernambuco ~ Dentro os estados destacados por esse blog, Pernambuco possui a maior barbada no que tange às eleições. Eduardo Campos, do PSB, tem 70% nas pesquisas de intenção de voto, e sua vitória são favas contadas. Seu principal opositor é Jarbas Vasconcelos, com ínfimos 18%.
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Ceará ~ Irmão do eterno Ciro Gomes, Sid Gomes, também do PSB, tem ampla vantagem para o segundo colocado Lúcio Alcântara, do PR. Com seus 52%, tem grandes chances de decidir tudo já no dia 3, representando a continuidade do clã Gomes no poder.
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Goiás ~ Marconi Perillo continua sendo o homem mais influente na política goiana. Depois de ser duas vezes governador do estado, entre 99 e 2006, ele foi para o senado em 2007 e agora desembarca novamente rumo ao governo estadual novamente. Com 45% das intenções de voto, o candidato do PSDB tem chances de vencer logo no primeiro turno. No entanto, Íris Rezende, do PMDB, aparece como possível opositora num eventual segundo turno.
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Distrito Federal ~ Após o escândalo de corrupção que destituiu o ex-governador José Roberto Arruda e até seu ex, Paulo Octávio, o Distrito Federal parecia ver o eterno Joaquim Roriz voltando com força. No entanto, com denúncias de corrupção ( sim, se acha pepino em tudo no DF ) durante a campanha, Roriz abdicou de seu nome em favor da sua mulher, Weslian. No único debate no qual ela participou, seu desempenho foi lastimável, digno duma pessoa que acompanha mais programas matinais da TV que política. Isso abriu o caminho para o ex-ministro dos esportes, Agnelo Queiroz, reinar soberano na liderança, com mais de 40% das intenções de votos e, graças aos acontecimentos recentes, ter alguma chance de decidir tudo no primeiro turno.
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Amazonas ~ Partidos de pouca expressão nacional dominam a política estadual. Omar Aziz, antigo vice-governador, deve faturar a eleição no primeiro turno. Quem pode deter o escolhido pelo PMN é o Alfredo Nascimento, do PR. Na última pesquisa, 54% x 38% nas intenções de voto.
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Centro-Sul ~ No Espírito Santo, Renato Casagrande tme 64% dos votos, segundo as pesquisas, e não tem empecilhos pra sair do Senado e caminhar rumo ao governo estadual. No Centro-Oeste, o PMDB deve levar seus dois candidatos à vitórias, independentemente dos turnos em questão: André Puccinelli, em MS, e Sinval Barbosa, no MT.
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Nordeste ~ Destaque ( negativo, obviamente ) para os nomes de Fernando Collor e Roseana Sarney bem cotados em Alagoas e Maranhão, respectivamente. Ao menos no caso aalgoano, ele está mutíssimo embolado com Ronaldo Lessa e Teotônio Vilela, e apostar em quaisquer candidatos para o segundo turno é arriscado. Nos demais estados, homegeneidade: O PMDB deve faturar a Paraíba, com Zé Maranhão ( não é piada e voce não está se confundindo... PARAÍBA ! ), o DEM deve vencer no Rio grande do Norte com Rosalba Ciarlini e Marcelo Déda deve abocanhar o governo estadual do Sergipe. Mas há também o curioso caso do Piauí. Nas pesquisas de intenções de votos, todos os candidatos ficam a´tras da opção " não sabe ". Os três primeiros, em empate técnico, são Wilson Martins ( PSB ), Silvio Mendes ( PSDB ) e João Vicente Claudino ( PTB ).
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Norte ~ Na curiosa disputa dos " Tião " no Acre, o Viana deve levar a melhor sobre o Bocalom: 58% do petista contra 25% do tucano. Entre as eleições bem definidas, deve haver vitória do petebista Lucas no Amapá e do tucano Anchieta em Roraima. Em Rondônia e Tocantins, indefinições: João Cahulla, Confúcio Moura e Expedito Júnior em RO, e Carlos Gaguim contra Siqueira Campos em TO.
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PS: Por motivos desconhecidos, não são disponibilizadas às pesquisas de intenções de voto nos estados do Pará e do Maranhão. À título de curiosidade, em ambas as undiades federativas tem candidatos famosos por suas picuinhas extra-eleitorais, como Ana Júlia Carepa e a família Sarney.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Aproveitando o clima político...

... lanço mais uma composição minha, de nome " Hipocrisia e mentira ", com forte cunho político, falando da politicagem e sobre como esses dois problemas nos afetam numa esfera mais pessoal. Particularmente, é minha canção favorita das que escrevi.
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Eu já cansei de ver a corja
De políticos ladrões
Não ligar pra quem vota
E roubar esses rincões
Eu não aguento o presidente
Elogiando seus aliados
Os mesmos que assaltaram
O país em anos passados
Não dá mais pra aturar
O Collor e o Sarney
Os generais e os comunistas
E aqueles que eu nem sei
Vamos à luta, meu povo
Nós cansamos de balela
O Brasil não pode
Virar a Venezuela

Não importa o que se fala
Se a fala é verdadeira
A hipocrisia é o mal
Da sociedade brasileira

Mas, você aí, pessoa
Não pensa que fica de fora
A crítica é pra todos
E é você também quem vota
Proteste, mas melhore
O meio no qual vive
Sapiência e integridade
Essas duas coisas crie
Sem guardar lugar na fila
Sem favor por um tostão
Seja limpo e austero
Sem jogar sua moral no chão
Sinceridade acima de tudo
Mostrar caráter te faz bem
Um país melhor pra todos
E a mentira pra ninguém