quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Legislativo

Ao ver a lista de candidatos à deputados, somos sempre pegos de surpresa, e quase smepre com surpresas não tão gratas assim. Pro Legislativo federal, costumeiramente, vemos figurões das mais diversas espécies: famosos, comediantes, esportistas, pessoas públicas em geral. Todas implorando por um voto e querendo elvar em suas costas um sem fin de velhos pajés da política nacional, tão corruptos quanto desconhecidos, à mercê da sorte do canadidato mais conhecido do grande público.
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Ao menos aqui em São Paulo, temos uma média de dois famosos por partido. O caso mais conhecido é o do ator/cantor/comediante/palhaço Tiririca. O cearense tornou-se um fenômeno graças á sua campanha desbocada, debochando sem dó dos eleitores, e ganhou a simpatia de quem " vai votar nele por protesto ". Pobres os que não sabem que ele é do PR, mesmo partido de Valdemar Costa Neto, operador do mensalão. A mesma coligação tem Juca Chaves, Agnaldo Timóteo, Maguila, Mulher Pêra e Cameron Brasil para eleger pastores, mensaleiros e sanguessugas.
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Essa maravilhosa eleição legislativa é definida pelo coeficiente eleitoral, na qual os candidatos são meros chamarizes, pois quem recebe o voto são os partidos e suas coligações. Os resultados são divididos e os partidos fazem o que bem quiserem com eles. Assim sendo, um candidato pode levar consigo pra Brasília alguns outros de sua corja maléfica. Palmas pro sistema eleitoral mais injusto do planeta.
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Há também os políticos carimbados, que podem não fazer barulho, mas sempre estão lá. Nos partidos médios eles se tornam estrelas, como Maluf no PP e Ivan Valente no PSOL. Outros partidos, fortes no legislativo, se dão ao luxo de apenas desfilarem seus candidatos. É uma forma de demonstrar alguma força, pois normalmente os partidos com base legislativa não tem tamanha força no executivo. A verdade é que são dois poderes íntimos, e um simplesmente não funciona sem o outro.
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Além dos partidos, o povo parece não ter entendido isso. Ao votar em charlatões para cargos, para eles, menos importantes, estamos nos tornando coniventes com a aprovação de leis absurdas, e com aqueles que deixam de fazer projetos de fato interessante. Quando isso enfim ser assimilado pela população, começaremos a rvolução política por essa esfera, e não exigindo de governadores e do presidente algo sem pé nem cabeça.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Voto paulista

Saber quem vencerá uma eleição executiva no estado de São Paulo é fácil: é só saber o candidato tucano na disputa. Assim é desde meados da década de 90, com Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. O último é novamente candidato, e, pra variar, deve vencer a eleição doia 3. Donos d'uma campanha morna e banal, ele não fez muito esforço para vencer, pois todos já o conhecem e porque seus opositores o ajudaram. O " picolé de chuchu " nunca foi tão sem sabor.
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Aloizio Mercadante tinha só um plano de governo: atacar Alckmin. Isso não dá certo noe stado, e o PT sempre erra no mesmo ponto. Celso Russomano desvinculou-se do PP e de Maluf, mas se mostrou tão desequilibrado quanto o cacique do partido. Paulo Skaf e Fábio Feldmann aparecem com propostas interessantes no que tange à integração entre as secretárias estaduais, mas a falta de tempo os atrapalha. Além disso, o fato do primeiro querer a USP paga e do segundo vir do PSDB não os dá crédito. Paulo Bufalo integra a área pensante do PSOL, mas peca pelos ataques aos demais candidatos, como toda sua sigla.
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Nos nanicos, destaque para o curioso caso de Mancha, do PSTU. Muitas vezes não citado, ele tem o maior índice de rejeição da camapnha, com 32%. Os outros esquerdistas, tanto no Senado quanto na eleição para governador só culpam o " sistema capitalista " por tudo, atribuindo a eles o aquecimento global e os terremotos no planeta, exigindo uma " reforma socialista ".
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A peculiaridade em São Paulo é o Senado. O estado sempre teve forte participação do PT em Brasília. Esse ano a esquerda pode eleger dois senadores, algo inédito na região: Marta Suplicy e Netinho. A primeira já foi prefeita da capital e é muito querida pela população de baixa renda, e ele já foi pagodeiro e já bateu em mulheres. São Paulo pode conseguir o que os EUA não conseguiram: eleger uma mulher e um negro em suas eleições. A petista tem bons projetos e ideias, e mesmo sendo uma má administradora pode ser uma boa escolha, enquanto Netinho não tem nem caráter para pleitear um cargo público.
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Os preferidos da direita são Aloyzio Nunes, que já fez de tudo na política nacional, e Romeu Tuma, sempre candidato ao Senado com a bandeira da segurança pública. Aloysio aparece como o candidato mais cerebral, com propostas clarar, e Tuma tem sua imagem abalada com esquemas de corrupção e nepotismo em seu gabinete. Ambos se beneficiaram da saída do peemedebista Orestes Quércia, que abandonou o pleito após ser diagnosticado com câncer. O ex-governador falou para seus eleitores votarem nos candidatos do PSDB e do PTB. Ciro Moura seria seu sucessor natural, mas ele prefere falar de valores familiares e religiosos, mostrando total despreparo. Ricardo Young seria outra boa aposta, mas fala apenas de meio ambiente, o que afasta propostas e eleitores. Sérgio Redó, Serpa e Moacyr Franco não tiveram chances de mostrar qualquer proposta.
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Dos socialistas, Marcelo Henrique é o úico a ter ideias viáveis, mas esbarra em suas palavras e pensamentos bolcheviques demais. Ana Luiza, do PSTU, ataca veladamente seu aprceiro esquerdista bem sucedido Netinho, dizendo que " São Paulo não quer quem bate em mulher ". Os candidatos vermelhos não passam de mais doe mesmo.
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Num estado " espelho do mundo " é natural a diversidade de opinião e itneresses distintos. No entanto, a ideologia tão diferente nos cargos tratados é algo tão espantoso quanto preocupante.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

À caminho do Planalto

Pode se dividir a campanha presidenciável de 2010 em dois fatos: o início do horário político e o caso Erenice. As atitudes de cada candidato e, sobretudo, as intenções de voto mudaram em decorrência desses episódios.
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Antes de cada candidato apresentar suas propostas diariamente na TV, José Serra caminhava rumo à vitória certa, apoiado nas pesquisas que o davam a dianteira e na alta rejeição de sua opositora, Dilma Rousseff. Marina Silva apresentava índice irrisório em pesquisas de opinião, sendo apenas importante para ter seus votos distribuídos num eventual segundo turno.
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Com o programa eleitoral no ar, Dilma terminou sua metamorfose estético-política completa, tal qual Lula na eleição de 2002. Em seu programa, ela deixou seu radicalismo de lado e apregoou um discurso social-liberal, agradando a classe média, como Lula. Por ser do PT, usou e abusou dos ótimos índices do governo Lula. Faltou dizer que Dilma dedicava grande parte de seu programa à Lula. Deu certo. Mais que assumir a ponta na corrida presidencial, a candidata cresceu ao ponto de definir a eleição ainda em primeiro turno. Serra, ao ver seu bom momento acabar, apostou na tranquilidade, sem tomar medidas mais enérgicas. Marina tornou-se uma força considerável após algum tempo, ainda que sem incomodar os dois ponteiros.
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Com o escândalo de corrupção envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra - cargo outrora ocupado por Dilma -, esperava-se um rebuliço na campanha. Porém, o PSDB foi pouco efeito na arte de ganhar voos, deixando Serra na mão ( para muitos, pois tal omissão facilitaria eventuais negociações de cargos e votações importantes no Brasil de Dilma. A petitsta, aliás, teve uma queda bem discreta em suas intenções de voto, mas sua vitória no primeiro turno já não é mais tão certa. A sorte do PT foi ver os votos de Dilma indo para Marina Silva, e não para o tucano. O caso também fez Marina " acordar " na disputa, saindo de ima do muro e atacando mais os principais candidatos. Certamente, a representante vere foi a principal beneficiada com o episódio.
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Tão importantes em outros anos, os debates na TV não surtiram o efeito grandioso no público em 2010. Graças a falta de interesse dos candidatos, sem propostas, ideias e opiniões claras; e dos eleitores, mal informados e sem muita vontade de sair de tal nível, os embates ao menos colocaram holofotes em Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL. Com críticas contundentes e humor ácido, o socialista ganhou a simpatia de muitos. Nunca chegou a 3% nas pesquisas, mas já é conhecido como a " quarta força " da disputa.
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Entre os nanicos, Eymael executou mais algumas vezes seu jingle marcante e conhecido, Levy Fidélix tornou-se um chato após ver o seu eterno projeto, o aerotrem, prestes a ser iniciado pelo atual governo, e o tridente comunista, formado por Rui Costa Pimenta, Ivan Pinheiro e Zé Maria continuam não votando em burguês, e não sendo votados.
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Houve pouca movimentação de números eleitorais, poucas viradas significativas e poucos episódios para mudar a história das eleições 2010. Tudo correu tranquilamente, tanto quanto a situação política brasileira.O bom trabalho de Lula será substituído/alterado, mas como presente ele entregará a faixa prsidencial a alguém que deve ehrdar sua simpatia e sua forma de sucesso no poder.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Evidências claras d'um povo desinteressado

O debate da Record, realizado ontem, ficou abaixo da expectativa. Não só graças ao lenga-lenga costumeiro dos políticos, mas também tratando-se da audiência. O embate teve média inferior a dois pontos, ficando em quarto lugar no ranking nacional.
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Para uma emissora que gasta - e lucra - alto, foi uma tragédia. Acostumada até a incomodar a Globo em certos horários, a TV dos bispos ficou átras do SBT e da RedeTV!. Um verdadeiro fiasco.
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O fato levanta duas discussões: a rejeição do povo para com a política em si e a falta de vontade em votar. A primeira constatação é mais grave, pois mais que não ver o debate e não se animar em decidir o futuro do país, o telespectador deixa de assistir o canal que normalmente vê graças a algo que interessa somente a ele, em tese. Ademais, está tudo interligado: sem um candidato disposto a fazer algo diferente ( ou uma máquina de votos, como Lula ), vota-se por obrigação, e não pelo futuro.
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Isso suscita a indagação sobre o voto obrigatório. Seria ele necessário ? Pessoas de todas as classes sociais não votariam se pudessem, independente de seus estudos e/ou cultura. Num primeiro momento, poucos votariam, mas ao ver uma classe social ou um grupo desprivilegiado, tais pessoas voltariam a votar, forçando seus opositores a irem às urnas para garantir seu governante. Isso, claro, considerando a lógica, mesmo ela não se fazendo presente num país onde vemos polítiocos acima de qualquer lei e o povo nada fazendo para mudar isso.
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Exigir mudanças nos engravatados só será possível quando os eleitores tomarem consciência de sua importância. E quando eles perceberem que o engravatado também vota.

domingo, 26 de setembro de 2010

Roriz, o mártir

O escândalo de corrupção ( mais um... ) envolvendo o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, serviu como base para a criação do projeto da Lei Ficha Limpa, que visava barrar a candidatura de candidatos com histórico de corrupção, em qualquer esfera sócio-política no país. Lembro que o DF já havia perdido seu governador, José Roberto Arruda, por outro episódio lamentável de disputa de poder e dinheiro, no qual vídeos revelavam pessoas ligadas ao governo colocando dinheiro em qualquer lugar que pudesse recebe-lo.
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A tal lei Ficha Limpa ganhou corpo ao cair nas graças do povo. Via twitter, ela foi organizada, idealizada e encaminhada para a esfera política, algo raro nos dias atuais. Passou por onde deveria e chegou ao Supremo Tribunal Federal, onde seria aprovada. Com tamanha mobilização em torno do manifesto, ela tinha grandes chances de passar, mesmo essa indo contra a vontade de dinossauros da política brasileira, que mandam em nosso Estado até hoje.
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O problema surgiu com o já citado Joaqui Roriz: por meio duma brecha na lei eleitoral, ele desistiu de sua candidatura, colocando sua mulher, Weslian, nas eleições do dia 3. O ato, por si só, já seria duma cafajestagem sem tamanho. Porém, há o efeito dominó: graças a ela, a votação para a Ficha Limpa esfriou no STF, ao ponto do pleito terminar empatado em cinco, em muito graças à desistência do candango.
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Sobre a lei, muito já me disseram: que ela deixaria pra ser votada mais tarde - e tornando os ficha suja elegíveis em Outubro -, que ela passa, que ela não passaria, ou até que o presidente Lula iria intervir, indicando um novo ministro do STF temporário apenas para dar o voto de minerva.
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Ao causar tamanha confusão na cabeça de todos, Roriz tornou-se o heroi de figuras como Paulo Maluf, Antônio Palocci, Celso Russomano, Jader Barbalho, José Genoíno, Valdemar Costa Neto, Fernando Collor e Renan Calheiros, ao se sacrificar em nome da quadrilha que extorque nosso dinheiro e dá risada de nós todos, pedindo votos com um sorriso cara-de-pau. Seu ato é visto por eles como o de um Messias, pregado na cruz para salvar toda a raça pilantra ao seu redor.
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Vamos deixar Roriz Cristo e seus apóstolos vencerem mais essa batalha, na semana na qual eles serão votados ? Vamos entregar nosso voto e nossa confiança neles novamente ? Eu não.
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PS: Joaquim Barbosa é ídolo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O precursor da liberdade

Há 175 anos, quando se iniciava a Revolução Farroupilha, o gaúcho já era um povo diferente. De origem platina, com o sotaque espanholado e suas bombachas e guaiacas, os riograndeses já se mostravam insatisfeitos com ot ratamento recebido pelo restante do país, que desconhecia naquela altura ( e desconhece até hoje ) o porquê deles se orgulharem tanto desse pedaço de terra compreendido do Chuí à Passo Fundo.
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Hoje, na comemoração tradicional da Guerra dos Farrapos, vê-se toda a população nas ruas, vendo a passagem de seus baluartes e de sua Armada, num cortejo que nem de longe lembra a demagógica parada do Sete de Setembro. A alegria e o orgulho de fazer parte das festividades dum evento tão marcante é nítido. Não há nada mais gaúcho que isso: tradição, respeito, honra, saudade e muito, mas muito orgulho.
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Com sua cuia cheia d'água fervente misturada com chá mate, seu churrasco na vala, sua fala cantada, o cavalo crioulo cortando o vento que faz esfriar os pampas e suas pradarias e o truco gaudério, a nação riograndense faz a festa.
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Meus respeitos deste paulista com orgulho, mas que tem igual orgulho de já ter visitado o Rio Grando do Sul e seus costumes, e compreender porquê todos os demais invejam tanto esse povo tão educado, inteligente e altivo.

sábado, 18 de setembro de 2010

Mais uma eliminação

Lembro-me da minha primeira Copa do Mundo como torcedor. Era 1998, e o mundial foi sediado na França. Eu, brasileiro, vi os primeiros cinco jogos em solo tupiniquim, e depois fui viajar para a Disney. Em solo norte-americano, dos nossos primeiros compromissos foi ver a partida entre Brasil x Holanda, na qual a seleção canarinho venceu nos pênaltis após uma das partidas mais emocionantes da história. Também cresci vendo jogos épicos do selecionado nacional. Numa delas, em 1994, o Brasil passou pela Laranja Mecânica em outro jogo dificílimo terminado em 3x2 e imortalizado pelo gol de falta de Branco.
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Já em 2010, a euforia era grande. A Holanda sempre foi freguesa do nosso país, julgava a seleção brasileira melhor... tudo estava perfeito. Acerca do time holandês, sempre disse que eles eram diferentes. Historicamente, a Holanda nos brindava com equipes de toque de bola refinado, futebol vistoso, ofensivo e bonito. Esse ano, é uma seleção fria, calculista, eficiente, e, porque não, burocrática. O Brasil ia na raça, tinha jogadores com garra e sempre existe a chance de um de nossos habilidosos jogadores fazer uma jogada desconcertante e definir a partida em tal lance. Além do mais, nossos cruzamentos da direita e nosso contra-ataque eram conhecidos por todo o mundo como letais.
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O jogo se iniciou com rispidez. Num dos primeiros lances da partida, Luís Fabiano e van Bommel tiveram um pequeno atrito. Depois, o mesmo bôer discutiu com Robinho, em lance logo controlado pelo árbritro, mostrando o quanto seria difícil tomar as rédeas da partida.
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Após os estranhamentos iniciais, o Brasil mostrou seu futebol. Maicon, Daniel Alves e Robinho triangularam bem e fizeram o gol, bem anulado pelo juiz. Três minutos depois, Felipe Melo dá uma assistência de quarterback de futebol americano para Robinho. Após o longo passe, o camisa 11 do Brasil abre o marcador. O jogo era inteiro brasileiro e assim foi até o fim do primeiro tempo, com nossa seleção perdendo seguidas chances com Maicon, Juan e Dani Alves. No entanto, o lance mais bonito do jogo não resultou em gol. Robinho fez um carnaval pela esquerda, driblando três holandeses e rolou pra Luís Fabiano. O centroavante, de letra, tocou pra Kaká. Bem posicionado, o camisa 10 buscou o ãngulo, mas o bom Stekelenburg fez uma defesa plasticamente linda, mas nem tão difícil.
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O filme vinha se repetindo. Brasil na frente, jogando melhor e a Holanda mais amarela que laranja. Na volta do segundo tempo, mesmo atuando de azul, foi a vez do Brasil se assustar diante da grandiosidade da Copa e da Holanda. A partida mudou totalmente de figura nos 45 minutos finais de jogo. Logo aos sete minutos, o empate. Sneijder mete a a bola na área pra quem viesse cabecear. Felipe Melo e Júlio César não se entendem e a Jabulani passa pelos dois, morrendo no fundo do gol. Os europeus passam a focar suas investidas pela direita, com Robben, que caía nas costas do pendurado Michel Bastos. Num escanteio por aquele lado, Kuyt cabeceou pra trás, encontrando o baixinho Sneijder. Ele, de novo, escora pro gol e vira o jogo. O que era nervosismo transformou-se em apocalipse quando Felipe Melo dá um pisão antidesportivo em Robben e é expulso, aos 28 minutos. Dali em diante, uma tentativa desordenada de tentar empatar a partida, resultando em contrataques holandeses, os quais só não resultaram num placar ainda mais dilatado por displicência dos atacantes laranjas.
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O Brasil, tal qual em 2006, se despede do Mundial nas quartas-de-final, ante uma seleção pragmática. O filme parecia se repetir. Jogadores chorando, decepção e muitas explicações pro apagão no segundo tempo. Encerra-se o ciclo Dunga e se abre a temporada de críticas desmedidas à todos os integrantes dessa aguerrida seleção. Mesmo perdendo, eles não são perderores. Quem viu o Brasil de 2006, esses sim, viram uma seleção perdedora, com alma de derrotada. Em 2010, apenas não vencemos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Domingo gradativo

Alguns dias já são especiais desde o princípio graças aos eventos que carrega consigo. Domingo é uma dessas datas, com vários eventos esportivos acontecendo ao longo do dia. Ontem, porém, a quantidade de partidas dos mais variados esportes me surpreendeu. Pra completar, alguns eventos fora dessa esfera chamaram a minha atenção
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Domingo de manhã já tem uma tradição: quinzenalmente, a F1 a ocupa. No dia 12, iria acontecer o sempre aguardado GP de Monza. O templo ferrarista, minha escuderia de coração, e circuito no qual eu sonho ver uma vitória do Cavallino Rampanti. Ela veio ontem, nas mãos de Fernando Alonso. A corrida pode ter sido modorrenta, com a vitória vindo após pit stops, mas a Ferrari venceu, e isso que vale. Segundo lugar pra Jenson Button e terceiro prum apagado Felipe Massa.
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Depois da corrida vem sempre o futebol. De todos os países: Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, Portugal... mas claro, o que mais chama a atenção é o Campeonato Brasileiro. Nele, vi o meu São Paulo atuar desastrosamente e perder por 2x0, placar magro diante do ótimo futebol mostrado pelo Botafogo na Cidade Maravilhosa. O Tricolor, que estava em recuperação, foi freado, e precisa urgentemente de mais regularidade para buscar novo arranque no nacional. Jogando como ontem, a tendência é voltar a cair na tabela.
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Simultaneamente ao futebol, Estados Unidos e Turquia se enfrentavam pelo Mundial de Basquete. Certamente, foi o torneio acompanhado de maneira mais próxima pela minha pessoa, devido ao fuso-horário amigo, à seleção de ótimos nomes formada pelo Brasil ( mesmo perdendo pra Argentina, nas oitavas-de-final ) e graças a emoção de certas partidas. No derradeiro jogo, os norte-americanos não precisaram se esforçar tanto para bater os donos da casa por 81 a 64. Chama a atenção não só a facilidade com a qual os yankees venceram, mas também a seleção, apenas com Derrick Rose, Chauncey Billups e Lamar Odom como destaques dos times da NBA. O selecionado foi esvaziado, e mesmo assim mostrou a competência dos norte-americanos no esporte, inventores e realizadores duma das ligas esportivas mais bem quistas do planeta.
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Essa também foi a primeira semana da NFL, a tradicional Kickoff Week. Quinta-feira já havia acompanhado a vitória dos atuais campeões, o New Orleans Saints, ante o Minessota Vikings, por 14 a 9. No domingo, vi trechos de Green Bay Packer 27 x 20 Philadelphia Eagles, e, com o coração na mão, acompanhei a vitória do meu Arizona Cardinals fora de casa por 17 a 13, contra o Saint Louis Rams. No fim da noite, ainda acompanhei o incrível jogo entre Dallas Cowboys e Washington Redskins. Num duelo de torcidas que se odeiam, o outrora freguês da capital venceu uma das equipes mais populares da liga, após uma falta no touchdown que daria a vitória pro time rival, com o cronômetro zerado. Simplesmente de tirar o fôlego.
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Além de tudo isso, houve o VMA, que coroou as invenções e bizarrices de Lady Gaga, e a volta de Eminem ao estrelato. O palco de apresentaçõe,s dos mais bonitos que já vi em minha vida, viu shows sem graça, com exceção para a apresentação do Linkin Park. Foram premiados também Justin Bieber e 30 Seconds to Mars. Para as revelações, lanço luz para a até então desconhecida banda Florence + The Machine, de som mais lento e calmo, o qual me agradou muito. Infelizmente, minha torcida pelo Muse não rendeu nada além dum prêmio de melhores efeitos especiais. O VMA2010 desapontou, e não foi marcante como o dos últimos anos.
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A surpresa fica para os dois ( sim, isso mesmo, dois na mesma noite ) debates políticos realizados pelos candidatos à presidência da República, na RedeTV e na TV Gazeta. Nele, mais do mesmo: a candidata do governo exaltando " seus " feitos à frente do país, e uma oposição tentando desesperadamente desmoralizar o trabalho de seus rivais, atacando desordenadamente e sem ação alguma. Além dos erros de Dilma Rouseff no primeiro debate - ela não compareceu ao segundo -, tais quais " questães " e " pograma ", nada de novo, desmotivando ainda mais todos os brasileiros.
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Que dia, não ? Todo domingo poderia ser recheado de boas atrações na televisão, como o de ontem.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mark pra Derek, sobre Lexie.

" Cliches become cliches for a reason: because they worked. It's great, isn't it ? When you feel something so strong with someone else, and it's not just about the sex ? And, it is... it's true. "
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É ótimo, Sloan. É realmente ótimo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dia das minhas paixões

Para todos os brasileiros ( sobretudo os que gostam de tal adjetivo, ou melhor, os maduros o suficiente pra isso ), Sete de Setembro é sempre uma data marcante. Não pelos desfiles cívicos ou pela demagogia histórico-política - ainda mais em tempos de eleição -, mas pelo momento no qual pudemos, enfim, deixar a incômoda alcunha de colonos e passar a ser chamados por esse adjetivo tão forte e singular: brasileiros.
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O dia da pátria, melhor, o dia do nascimento dela, deveria ser comemorado tal qual a Queda da Bastilha, na França, ou o Quatro de Julho, data da independência americana. Por motidos diversos, não é assim tratada. Um erro, pois seria o dia perfeito de encher nosso peito com os ares ufanistas que o dia nos traz. O dia é para poucos, mas para os bons: dia de exaltar o Brasil. Fica a lembrança da data e a crítica social aqui feita.
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Outra paixão minha terá um dia único. O São Paulo Futebol Clube comemora hoje 20 anos da estreia de um dos seus maiores ídolos: Rogério Ceni. O maior goleiro-artilheiro do mundo tem mais de 900 jogos pelo clube, com 90 gols. Ganhou 20 títulos em sua gloriosa carreira, além de ter 15 títulos individuais na estante de casa. Mas não são esses números que fazem de Rogério Ceni a verdadeira lenda que é.
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Ele chegou ao São Paulo pouco antes da época mais vencedora da história do clube. Integrou a era Telê Santana, e começou a se destacar nos tempos das vacas magras, durante a escassez de títulos do tricolor. Sua grandiosidade não vem dos números, e sim do que ele representa: o torcedor em campo. A liderança de sua presença, sua garra, sua fibra, e seus verdadeiros milagres debaixo das traves. Me curvo ante o mito sobre o qual escrevo.
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Há algo melhor que vencer a Argentina em pleno Sete de Setembro ? Por enquanto, o Brasil vai vencendo os hermanos por 48 x 46 em partida válida pelo Mundial de Basquete. Mesmo caso o pior aconteça, podemos ficar com a lembrança duma geração espetacular, repleta de bons jogadores e que suou pelos companheiros e pelo país. Mas estamos vencendo, e seria lindo despacha-los nessa data tão singular pra nós. Afinal de contas, é como diz o nosso belíssimo hino da Independência:
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" OU FICAR A PÁTRIA LIVRE OU MORRER PELO BRASIL ! "

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ninguém sabe disso, mas...

Alguns integrantes do PSDB, principal partido de oposição ao governo durante o mandato Lula e nas eleições, tiveram seu sigilo bancário quebrado, por pessoas ligadas à Receita Federal da cidade de Mauá, no ABC Paulista. Pra quem não sabe, Mauá é governada por Osvaldo Dias, do PT. A Receita Federal é um órgão ligado à União, logo, capitaneado por pessoas do governo.
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Em Minas Gerais, caso semelhante: um partidário do PT acessou dados do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, partido de José Serra. Talvez os casos não devam ser elvados pro ãmbito eleitoral, pois ocorreram há no mínimo um ano átras. Entretanto, eles devem sim ser comentados, mesmo com toda a pressão contra de diversos setores da sociedade.
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Os petistas, nas eleições passadas, fizeram dossiês contra José Serra, candidato ao governo paulista, e Geraldo Alckmin, então candidato a presidência. O PSDB não explora isso pra tentar salvar a candidatura serrista, indo pouco a pouco para o ralo, a mídia não comenta, e Dilma finge que não sabe.
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Tá tudo errado. Dum lado por quebrar sigilos, do outro por fazer disso algo demasiadamente demagógico, apelando para fatos antigos a fim de reverter uma eleição marcada pelos erros de estratégias tucanos. Ante isso, a relegada Marina Silva soltou a melhor frase sobre o episódio:
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" Tem um problema grave acontecendo. Se é político é grave. Se não é político, é gravíssimo. "
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A eleição só vai ter um turno em 2010, infelizmente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dois centenários

É dia de festa. O centenário do Corinthians ultrapassou fronteiras e tornou-se data comemorativa em vários pontos do globo. Talvez em Bauru também tenha festa, ou festa dupla. O Noroeste também comemora 100 anos. Mas... Noroeste ?
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A Locomotiva pode não ter os craques, os ídolos, a história, os times e o dinheiro do clube fundado em data idêntica à sua. Merece respeito, e muito, é claro, porém não dá pra comparar peso de camisa e tradição.
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Peguemos o presente. O Corinthians desejava o título que lhe falta para o centenário: a Libertadores da América. Caso o troféu viesse, veríamos uma agitação nas ruas paulistanas semelhante à Paris da Revolução Francesa. Não conseguiu. Perdeu o Paulistão e caso o Brasileirão terminasse hoje não seria campeão, o mínimo esperado para tamanho projeto.
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O Noroeste fez diferente. Na série A2 do estadual, montou um time limitado, unicamente para voltar á elite, e retornou. A festa foi local, e muitos não tomaram conhecimento das comemorações. Aliás, a maioria dos torcedores só tomou conhecimento dos 100 anos do Norusca para tirar onda com os corinthianos. Quem gosta do time caipira não liga pra isso, e se dá por satisfeito em ver que a equipe cumpriu o prometido.
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Futebol é resultado, centenário é celebração. No critério esportivo, o centenário do Noroeste é mais marcante.